terça-feira, 24 de março de 2015

Como Iniciar um Aquário Plantado (2ª Parte):


Retornando com as postagens, hoje pretendo continuar com a postagem que ensina passo a passo sobre como iniciar um aquário legitimamente plantado, enfim...

Há alguns anos que observamos que os aquários plantados estão atraindo a atenção dos aquaristas e ocupando um grande espaço neste maravilhoso Hobby. Prova disto é a grande atenção que as empresas do ramo estão dando para equipamentos e produtos destinados a este tipo de montagem. Estão investindo pesado e colocando no mercado inúmeros itens, dentre eles, cilindros e difusores de CO₂, lâmpadas especiais e até mesmo substratos que oferecem quase todos os nutrientes que uma planta necessita. E quem não admira uma bela paisagem composta por plantas naturais? Até mesmo quem não as tem como objetivo inicial, sempre acaba querendo colocar uma ou outra plantinha para dar um toque final na decoração. Só que existem muito mais coisas por baixo de um carpete de glossostigmas ou atrás de uma cortina de rotalas. São os benefícios que elas podem trazer para um aquário, quando em condições de desempenhar suas funções essenciais. As plantas fazem parte, junto com a filtragem biológica, do ciclo de purificação da água. Elas retiram da água os nitratos gerados pelas secreções da fauna, competem com as algas pelos nutrientes e ainda absorvem dióxido de carbono para liberar oxigênio durante o processo de fotossíntese. Servem, ainda, como demarcação de território, esconderijo e abrigo para os alevinos que as utilizam como proteção, além de diminuir o estresse provocado aos peixes pelas nossas intervenções durante a manutenção e alimentação. E o que precisamos oferecer às nossas amigas para que possam crescer satisfatoriamente e mostrar toda a exuberância que só a natureza pode oferecer? Nutrientes! Sim, evidentemente elas se necessitam de nutrientes. As plantas retiram da água, através das raízes ou folhas, micro e macro nutrientes. Eles possibilitam a síntese de aminoácidos, proteínas, enzimas, coenzimas, clorofila, etc. Quando elas sentem carência de algum destes nutrientes minerais, como azoto, ferro, cobre, começam a dar sinais de que não estão bem, amarelando ou perdendo suas folhas. Podemos disponibilizar para as plantas vários tipos de substratos, que, além de local para fixação, servem também para fertilização. Com certeza ficamos em dúvida diante de tantas opções que temos disponíveis. Isto, sem falar no eficiente e barato trio, húmus de minhoca/terra vegetal, laterita e areia de construção. Vale lembrar que podemos complementar com os vários fertilizantes líquidos encontrados nas lojas. As plantas necessitam, ainda, de luz adequada para que, durante a fotossíntese, possam transformar o CO₂ em glicose e, assim, possibilitar seu crescimento. Se não podemos oferecer a luz solar para isto, existe no mercado uma infinidade de lâmpadas especiais que emitem ondas com comprimento necessário para essa finalidade. Até mesmo lâmpadas tubulares ou compactas fluorescentes, que possuem um preço muito acessível, podem desempenhar essa tarefa. Basta que possuam, no mínimo, 6400K e em quantidade de Watts compatível com a necessidade de cada planta. E se o CO₂ não está presente na água em quantidade suficiente, temos também a tecnologia para solucionar esse problema. O kit de CO₂ que encontramos à venda pode ser composto por cilindro, válvulas, sistema de controle digital, reatores e indicadores. Desta forma podemos assegurar um fornecimento regular e constante. Porém, se a tecnologia estiver um pouco fora de alcance, podemos apelar para a criatividade e montar um sistema de CO₂ FVM (faça você mesmo), composto por garrafas com fermento biológico, açúcar cristal, bicarbonato de sódio e difusores ou pedra porosa. Mas, que plantas teremos em nosso aquário? Existem tantas que essa dúvida acaba persistindo mais do que deveria. Basta dar uma boa pesquisada nas exigências que cada uma apresenta, bem como a localização ideal no aquário, e escolher o conjunto que mais agradar. Se depois de tantas informações parecer que nada mais pode ser acrescentado, ainda resta o componente principal para o sucesso neste projeto: a dedicação. Como um plantado não é criado pela natureza e sim pelo homem, se estiver abandonado, desestabiliza. E aí os desastres acontecem um após o outro. Chegam a desanimar. Porém, com um pouco de atenção e intervenções regulares, o sucesso fica muito próximo e poderemos desfrutar daqueles momentos incomparáveis de observação diante do fruto de nossas mãos.

Projetando um Plantado:

Parte 1 - Layout:
O Layout é a materialização da proposta que temos para todos os elementos que irão compor o aquário plantado, a disposição física. Para tanto, é necessário o esboço visual de um projeto que temos em mente. Isto serve para mostrar como deve ou pode ser a distribuição de diversos itens que irão compor o produto final do projeto. Como nosso objetivo é descobrir a melhor maneira que poderemos alocar estes elementos, buscando harmonia, podemos efetuar alterações a qualquer momento, evitando maiores intervenções no projeto final. É após a definição do layout que decidiremos qual o tamanho do display que irá conter a montagem. No aquapaisagismo ele pode ser esboçado através de computação gráfica, riscos em um papel ou apenas na imaginação. Muitos acreditam que para isso é necessário apenas a inspiração e o dom natural. É claro que isto pode diferenciar e destacar alguns poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo conhecimento através de leituras e observações, apoiada na dedicação, pode transformar qualquer aquarista num aquapaisagista de bom nível. Há o costume de se elogiar e admirar belas montagens e pensar que isto seria impossível para nós. Este conformismo impede a evolução. Devemos elogiar, admirar, mas, acima de tudo, analisar. Por que aquela montagem é tão bela? Quais elementos se destacam? Qual o posicionamento das plantas? Que parte chama mais a atenção? Estas respostas nos servirão como guia para futuras montagens. É possível analisar um plantado de 2 metros e usá-lo como base para um cubo de 30cm. Isto pode parecer estranho, mas basta escolher uma determinada área do "gigante" e, a partir dela, executar o projeto no cubo. É só utilizar aquela parte que mais nos agradou. Dispomos de uma infinidade de exemplos de montagens em fotos espalhadas pela Internet, todas à espera de olhos curiosos que possam desvendar seus segredos e técnicas utilizadas.

Devemos ter em mente que em concursos não só o Layout é analisado pelos juízes. Outros itens são considerados, como a saúde das plantas, entre outros. Por este motivo podemos encontrar um trabalho que agrade mais aos nossos olhos, em colocação inferior a outros. Outro caminho para chegar ao tão pretendido Layout é a observação da natureza. Existem incontáveis lugares naturais que podem ser utilizados como base ou ponto de partida para nossos projetos. Basta observar bem. Se não puder ser ao vivo, podemos, novamente, nos servir das fotos disponíveis na net. Não é da noite para o dia que faremos isso. É preciso estudar o exemplo até conseguir imaginar os elementos que serão necessários para esta reprodução. Por este motivo, é interessante conhecer vários tipos de plantas para facilitar a visualização do Layout. Como é através dos nossos olhos que captamos as informações para decidir qual imagem nos agrada, faz-se necessário conhecer uma técnica que consiste em dispor elementos em pontos estratégicos que são identificados por nosso cérebro como harmoniosos. É a "Proporção Áurea" ou "Ponto de Ouro". Esta proporção foi descoberta a partir de uma seqüência de números criada por Fibonacci (Leonardo Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na natureza, nos animais e até mesmo em nossas mãos, orelhas e demais partes do corpo. É utilizada na construção de instrumentos e na pintura, por exemplo. Para aplicar em aquários, devemos vê-lo como o retângulo que é, dividindo-o em duas partes. Basta dividir seu comprimento por 1,618 e traçar um risco neste local.



Está identificado o primeiro ponto de ouro. Nesta divisão podemos deixar a parte maior do lado esquerdo ou do direito, dependendo do nosso projeto. A partir deste ponto ainda podemos continuar com a proporção e determinar diversos locais que deveremos utilizar na elaboração do Layout. Podemos criar belas montagens mesmo utilizando esquemas de Layouts mais comuns. Estes são parâmetros que seguimos no momento de distribuir os elementos pelo aquário. Temos o Layout triangular, onde dispomos as plantas, pedras e troncos no aquário, seguindo o desnível formado por essa figura geométrica.


Layout "triangular".

Existe a montagem seguindo o formato da letra "U", que consiste em plantar os dois lados do aquário, deixando um espaço vago, preferencialmente no ponto de ouro.


Layout "U".

Também podemos elaborar nossos projetos com base no Layout em forma de "ilha". Neste, o Hardscape e as plantas ficam centralizados, deixando um espaço livre ao seu redor, que poderá ser ocupado por plantas que formem carpetes.


Layout "ilha".

Nossas montagens serão compostas por diversos elementos, alguns imprescindíveis, outros opcionais. Temos o Hardscape, Softscape e o Lifescape.

Hardscape:
Raízes, ramos e troncos de árvores, pedras e outros elementos que a criatividade possa buscar. As pedras deverão ser neutras para que não interfiram nos parâmetros e qualidade da água. Buscam-se aquelas que apresentam faces irregulares e cores que melhor integrem o layout pretendido. O tamanho delas deverá ser proporcional ao tamanho do aquário e a disposição se dará de forma que se crie uma harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada deve ser tratada para evitar "tingir" a água do aquário ou acidificá-la em demasia. Opta-se por troncos de aroeira, goiabeira, jabuticabeira e outras que sejam bem duras, secas e escuras. Outras opções podem ser utilizadas, desde que não se dispense o tratamento necessário.



Softscape:
Seriam as plantas que podem viver em forma submersa, palustres ou verdadeiramente aquáticas. Existem muitas fichas dessas plantas que nos fornecerão todos os dados que precisamos ter para utilizá-las. Isto é importantíssimo para a correta disposição das mesmas no layout, visto que não devemos colocar uma planta de fundo na frente do aquário. A sequência normal a ser seguida é a frente do Display ser composta por plantas baixas que formam carpetes e que serão escolhidas considerando o tamanho da montagem. Depois, as plantas de meio e, por fim, as mais altas.



*Em aquários baixos podemos optar por utilizar plantas de meio na parte traseira sem perder a harmonia, mas corre-se o risco de um juiz de concurso de aquapaisagismo não ter a mesma sensibilidade e criticar a utilização da planta fora da área adequada.

Lifescape:
Este designa os habitantes do aquário plantado. Em sua maioria, os peixes. Ao contrário do que costumamos fazer no aquarismo, onde montamos o aquário para uma determinada espécie de peixes que desejamos manter, no aquapaisagismo deixamos a escolha dos habitantes para o final. Estes não deverão ser em quantidade e tamanho que possam poluir visualmente a montagem. Trata-se de um item que também é analisado pelos juízes de concursos, onde verificam se estão compondo o Layout harmoniosamente, em tamanho, cores e características da espécie. Peixes de cardumes são mais interessantes por viverem em grupo e conferir um ar de naturalidade, sendo preferíveis aqueles que nadam em School, ou seja, que nadam agrupados. Até mesmo o ponto em que estão localizados no momento da foto influencia no resultado de todo o conjunto. Com base nestas informações podemos iniciar nosso processo criativo e liberar a criatividade. Ainda que o primeiro projeto não satisfaça completamente nosso objetivo, devemos continuar seguindo este caminho, pois será através das tentativas e erros que chegaremos aos acertos, que serão recompensadores.



*Fonte: aqualon

quinta-feira, 19 de março de 2015

Como Iniciar um Aquário Plantado (1ª Parte):


Voltando com as postagens, hoje eu decidi abranger o tópico de como dar inicio a montagem de um aquário plantado, enfim...

O que é preciso para se montar um aquário plantado, quais os principais materiais e os cuidados necessários... são perguntas frequentes... vamos fazer um pequeno resumo dos materiais e manutenções necessárias para iniciar um aquário plantado.

O Aquário:
Qualquer tamanho e forma é possível para se fazer um bonito aquário plantado, os maiores são mais estáveis e fáceis de manter em comparação aos menores, mas o custo com materiais e equipamentos são mais onerosos. A altura do aquário também influência, tano na iluminação como na hora da manutenção.

Aquários com a frente curva são bonitos, valorizam o ambiente, mas como distorcem a imagem, dificultam na harmonia de um Layout, exigindo mais do aquapaisagista.


Aquário triangular é uma boa opção, principalmente para quem não tem muito espaço. Diminui as opções de Layout, geralmente ficando com o Layout em ilha. Bem montados dão um Show à parte.


O aquário retangular é sempre uma opção boa, o visual é bem agradável e torna-se mais fácil trabalhar no Layout.

Os aquários hexagonais geralmente não são adequados, pois as junções ficam à vista, prejudicando a montagem. Mas usando criatividade, de repente consegue-se uma montagem especial.


Aquários bola deformam demais a imagem, não sendo aconselhado o uso.

Aquário tipo "quadro" normalmente são estreitos e de difícil acesso, dificultando muito a realização de uma boa montagem.

O Substrato:
É a parte que sustenta as plantas, dividido em duas camadas, camada fértil e camada inerte.

A camada fértil é composta por adubos para nutrir as plantas. Existe no mercado aquarístico, substratos próprios para essa finalidade, algumas marcas não necessitam da camada inerte. Outra opção é a laterita e o húmus de minhoca tratado ou terra vegetal (fervido e lavado) que também servem para esse propósito, cuidando para não exagerar, uma camada de 1 cm de húmus tratado já é o suficiente.

A camada inerte é a que sustenta as plantas, servindo também para que a camada fértil não entre em contato direto com a água. Composta por cascalho neutro bem fino, com granulação entre 2 a 3mm, uma camada de 5cm na parte frontal do aquário e 10 cm para a posterior é o suficiente.


*Fonte: Aqua Suzuki

domingo, 8 de março de 2015

Introdução ao Aquarismo (2ª Parte):

Retornando a manter o Blog vivo e ativo, coisa que levei bastante tempo para fazer...
Volto com uma postagem que estava guardando para demonstrar mais alguns aspectos importantes, antes de se iniciar no mundo do aquarismo, sem mais delongas vamos ao assunto em questão:

Objetivo:
Informar a novos aquaristas como proceder de forma correta e segura a montagem de seu primeiro aquário.

O Aquário:
Hoje encontramos em lojas uma grande variedade de aquários, confeccionados em diferentes formatos.

Antes de comprar um aquário, escolha o local para coloca-lo e o espaço disponível, quantidade e tamanho de peixes que irão habitá-lo.

Os aquários retangulares são a melhor opção, pois apresentam muitas vantagens sobre os outros modelos:

Uma superfície maior de água em contato com o ar, que permite uma melhor troca gasosa entre oxigênio e gás carbônico.

Melhor para ser visualizado o interior do aquário.

Praticidade na instalação de equipamentos como luminárias, filtros e termostatos.

Se torna mais fácil a execução das tarefas de limpeza e manutenção.

O Filtro:
Hoje em dia existem diversos tipos de filtros, sendo que falaremos apenas de dois tipos já que abordamos sobre outros tipos na postagem anterior, os filtros que serão abordados novamente nessa postagem são os filtro externo e canister que são mais eficientes para manter a qualidade da água do aquário em boas condições. Vamos falar um pouco sobre eles:

O filtro externo é uma caixa de acrílico que tem uma bomba que fica acoplada a ela. O filtro também é chamado de externo, pois ele fica pendurado fora do aquário. Nele podemos ter as filtragens mecânica, química e biológica.

O filtro canister basicamente é um pote de acrílico que pode ficar dentro do móvel ou atrás do aquário. É um filtro que tem duas mangueiras com a função de fazer a água do aquário circular pelo interior do filtro. Uma mangueira irá captar a água do aquário para o filtro e a outra é a mangueira que irá levar de volta para o aquário a água que passa pelos elementos filtrantes fazendo assim a filtragem. O filtro canister basicamente funciona com os mesmos princípios do filtro externo convencional, Mas ele leva a vantagem de ter a capacidade em acomodar maiores quantidades de elementos filtrantes dentro dele, (podemos assim obter muito mais biologia no filtro) e outros elementos auxiliares. E as bombas do canister têm muito mais potência que a dos filtros externos.

É importante saber a litragem exata do seu aquário para escolher o filtro ideal, pois o mesmo nunca devem trabalhar no limite da litragem do aquário, ou seja, se na especificação da embalem mostra que ele filtra um aquário de no máximo 80 litros e você tem um aquário de 200 litros, fica óbvio que esse filtro não atenderá a necessidade de filtragem deste aquário. Tem que existir uma margem de segurança, ou seja, o filtro deve sempre trabalhar com folga na litragem, então se você tem um aquário de 200 litros comprará um filtro para 250 litros ou mais.

Tipos de Filtragem:
Normalmente os filtros fazem três tipos de filtragem para que a água do aquário tenha qualidade suficiente para manter seus habitantes saudáveis. Vamos falar um pouco sobre elas.

Filtragem Mecânica:
O objetivo desta filtragem é retirar da água substâncias sólidas, como excrementos da fauna, restos de comida, pequenos pedaços de plantas, etc. Estas substâncias têm que ser removidas antes mesmo de iniciar o processo de decomposição e desta forma evitar a poluição da água. Por isso a filtragem mecânica deve ser separada da filtragem biológica por camadas, garantindo uma boa manutenção na filtragem mecânica sem afetar a biológica. Deixar de limpar a mídias que servem para a filtragem mecânica durante muito tempo, faz disso apenas um de acumulo de lixo que pode comprometer a vazão do filtro e a qualidade da água. Se puder a cada semana ou a cada 15 dias troque as mídias mecânicas e coloque novas, pois isso não afeta a filtragem biológica.

Filtragem Química:
Consiste na utilização de mídias filtrantes que removem através da polaridade das moléculas, resíduos químicos que por ventura são inseridos no aquário. As mídias mais usadas nos filtros são: argila, carvão ativado, purigen e zeolite.

Filtragem biológica:
A amônia é gerada por meio das fezes da fauna, restos de alimentos e também folhas mortas dentro do aquário. É altamente tóxica dependendo do volume de fauna ou de concentrações, pela falta de manutenção. Dentro do filtro, existe um espaço reservado para a colonização das bactérias. É o local onde se depositam as mídias que na maioria das vezes são porosas e em vários formatos e tipos como: bolinhas, cerâmicas ou até mesmo cacos de telha. Tudo isso depende da marca e do modelo, mas a finalidade é a mesma, gerar uma colônia de bactérias. Nas mídias porosas citadas acima, os micro-organismos colonizam os pequenos poros em grande quantidade e tem como objetivo converter amônia que é gerada pela matéria orgânica depositada no aquário em nitrito, que por sua vez será convertido em nitrato e em seguida em composto inorgânico, tornado a água pura. Manter este sistema é tão importante porque dentro do filtro não só vivem as bactérias benéficas ao aquário, mas também um grande número de protozoários, que se em qualquer circunstância as bactérias não estivem totalmente estabilizadas, estes protozoários podem se aproveitar da fauna que já esteja debilitada atacando-a e em alguns casos levando indivíduos até a morte. Por isso a filtragem Biológica é a parte mais importante do aquário que tem o papel de criar um ecossistema fechado, onde peixes, plantas aquáticas e micro-organismos convivem bem dentro de um ambiente estabilizado respeitando a maneira análoga à natureza.

A Iluminação:
Além dos efeitos visuais lindos que causam ao aquário, a iluminação é parte indispensável para o bom funcionamento do mesmo. As lâmpadas não são colocadas no aquário apenas como objeto de decoração ou um mero aparato para se obter uma melhor visualização dos peixes. A iluminação de um aquário tem uma função muito mais importante, e existem alguns critérios para se escolher o tipo de lâmpada adequada para seu aquário.

A iluminação do aquário é responsável pela fotossíntese das algas e plantas. Esse fenômeno desencadeará todo o processo de oxigenação da água. A iluminação além de fazer a fotossíntese das plantas, desempenha uma outra função, a de fixar no organismo do peixe a proto vitamina e o cálcio de que ele necessita para viver sadio, evitando o raquitismo provocado pela falta de uma fonte de luz natural.

As lâmpadas a serem fixadas acima do aquário devem estar aproximadamente 10cm do nível da água, evitando assim o aquecimento do aquário e outros problemas. As luzes do aquário devem ficar acesas num período entre 8 a 12 horas por dia. Ao anoitecer, deve-se apagar as luzes do aquário, pois ao contrário do que muitos pensam, os peixes também dormem.

O Termostato:
Todo ser vivo, possui um metabolismo ajustado à uma determinada temperatura. O ser humano, por exemplo, possui uma temperatura considerada normal de 36,5°C. Cada espécie de peixe também possui uma determinada temperatura para que seu metabolismo funcione melhor. Como muitos peixes criados em aquários são de águas tropicais, apresentam uma temperatura ideal na faixa de 25°C, o que pode ser difícil de se manter em algumas regiões sem o uso de aquecedores.

Caso a temperatura esteja muito acima ou muito abaixo da ideal para a espécie, isso compromete o metabolismo e pode debilita-lo, levando à morte do animal.

Variações de temperatura também podem ser muito prejudiciais ao peixe, por isso é importante usar um aquecedor com termostato durante todo o ano para manter o aquário com a temperatura sempre estável.

O Substrato:
Existem diversos tipos de areias para se colocar nos aquários. Importante saber qual tipo colocar, pois algumas podem alterar o pH da água do aquário. Existem várias granulometrias que são medidas por uma numeração (ex: 00, 01, 02, etc...). Vamos falar sobre algumas:

Areia de Rio (Construção):
Da um aspecto bem natural ao aquário, são inertes, ou seja, não altera o pH.

Cascalho de Basalto:
Também usado bastante em aquários. Pela sua cor escura, contrasta bastante com peixes coloridos dando um destaque a eles. Também não altera o pH.

Areia de Filtro de Piscina:
Areia branca que dá um aspecto bem "limpo" nos aquários. Mas pelo fato de ser branca, requer uma limpeza mais detalhada para retirar a sujeira. Também não altera o pH.

Não coloque aquelas areias toda colorida. Além de não ficar com um ar natural, soltam tinta e o os peixes podem ficar menos confortáveis.

A Decoração:
O ideal é colocar apenas decorações naturais como pedras e troncos. Comprar aquelas decorações artificiais de mergulhadores, tesouros ou navios afundados é bastante desaconselhado. O ideal é tornar o ambiente o mais natural possível, para que os animais se sintam bem. Antes de inserir uma pedra no aquário, a mesma deve passar por um teste para saber se ela é neutra e não irá alterar o pH da água. Os troncos e galhos para serem usados dentro do aquário devem ser secos e não estar verdes. Tanto as pedras como os troncos devem passar por um prévio tratamento antes de serem inseridos no aquário. Não se esqueçam que os peixes querem é espaço para nadar, então não encham o aquário de tralha.

A Ciclagem:
Muitos iniciantes perguntam o que é e para que serve a ciclagem do aquário. Com o aquário já devidamente montado, vamos dar inicio ao processo de ciclagem do mesmo. Então vamos explicar e ensinar o modo correto para realizar a ciclagem.

A ciclagem consiste em dar um tempo para o desenvolvimento de bactérias nitrificantes que irão habitar as mídias biológicas do aquário. O aquário necessita da formação de uma ótima colônia de bactérias para que possa haver vida saudável para nossos peixes. Portanto é fundamental, nas primeiras semanas, fazer com que a colônia de bactérias se multiplique até atingir uma quantidade que seja capaz de processar os dejetos dos peixes, as plantas em decomposição e os restos de alimentos que virão a seguir.

Iniciando a ciclagem:

Material Necessário:
Amoníaco, teste de amônia e teste de nitrito.

Encha o aquário com água sem cloro atentando para o volume de água inserida.

Tenha em mãos Amoníaco (é importante termos cuidado ao manusear esse material cuidando para não inalar), conta-gotas, testes de nitrito e amônia além do filtro instalado (com seus materiais filtrantes) pronto para funcionar. Deve se adicionar Amoníaco em uma quantidade suficiente para que a concentração atinja um pico entre 3.50 a 6.50 PPM (para checar esses valores, utilize o teste de amônia). Não existe uma regra da quantidade que deva ser adicionada na água para que atinja esses valores. É necessário adicionar algumas gotas e acompanhar com o teste até que se alcance esses valores. Se houverem plantas no aquário estes níveis devem ser menores pois podem matar as plantas.

Mantenha uma temperatura em torno de 30 graus e não faça trocas de água durante esse período.

Monitore diariamente o nível da amônia até o momento em que a concentração de amônia comece a cair. Adicione novamente a metade da dose inicial e continue monitorando os parâmetros.

Manter concentrações de amônia nessa fase é indispensável! Porém, a concentração pode se mantida também em torno de 2 a 3 PPM, sendo importante a adição regular de metade da dose inicial (faça o teste antes de adicionar o amoníaco).

A concentração de nitrito vai apresentar então um pico até o momento que haja colônias suficientes para transformar todo o nitrito produzido em nitrato.

Todo o processo estará concluído quando a concentração de nitrito for igual a zero.

Nesse momento, faça uma troca parcial de 50% do volume de água para reduzir o nitrato. Adicione a dose inicial de amônia e se em 24 horas os níveis de nitrito e amônia estiverem zerados, o aquário estará ciclado e pronto para receber os peixes.

A ciclagem de um aquário dura em média de 30 a 40 dias podendo ter esse tempo diminuído inserindo aceleradores biológicos. Evite colocar peixes no aquário durante o processo de ciclagem. Os parâmetros da água nesse período oscila muito e fazem mal aos peixes podendo até mesmo leva-los a morte.

A Escolha dos Peixes:
Algumas pessoas escolhem os peixes após escolher o Layout, outras escolhem o Layout que melhor se adeque aos futuros moradores. De qualquer forma, é um passo de grande importância, e devemos ter alguns cuidados. O Layout deve sempre ser compatível com os peixes que irão habitar o aquário. Por exemplo, se você for querer ter peixes de hábitos noturnos, é importante que o Layout tenha algumas tocas. É muito importante primeiramente se observar o tamanho do aquário, ou seja, sua litragem. Nunca coloque peixes em litragens menores do que seria o ideal para ele. A litragem é calculada de acordo com o mínimo necessário para o bem estar do peixe. Logo após, deve-se avaliar os parâmetros da água.

Verifique quais os parâmetros que você consegue manter em seu aquário e se o trabalho para mudá-los valerá a pena. Por exemplo, se você mora em uma região muito quente, e não consegue estabilizar seu aquário em uma temperatura baixa, e não quer gastar com equipamentos para isso, descarte a ideia de peixes de águas frias. Verifique também comportamento dos peixes. Digo isso porque algumas pessoas não gostam das brigas territoriais dos peixes, ou corridas de cardumes, e acabam se estressando, e o aquarismo assim como todo Hobby é para ser prazeroso e relaxante. E não para estressar sua vida. Escolha peixes que vão te dar prazer, paz e diversão ao observá-los. Também verifique se o peixe que você gostaria de ter é de cardume. Se for, o seu aquário deve ter litragem suficiente para pelo menos 6 exemplares, mas todo peixe de cardume se sente mais confortável com números maiores de companheiros, o ideal é manter cardumes sempre maiores que o recomendado.

Caso queira fazer um aquário comunitário, ou seja, com mais de uma espécie, você deve também 
estudar sobre o comportamento delas, de forma a não colocar peixes incompatíveis entre si. Por exemplo, não coloque bettas macho com peixes pequenos, coloridos e de cauda longa, como os lebistes, pois o betta pode confundi-los com outro macho e matá-los. Devemos também lembrar o resultado estético final que queremos do aquário, se queremos que algum peixe tenha mais destaque que os demais e a combinação de cores entre as espécies. Já que podemos optar apenas por um peixe com uma cor de destaque, ou um aquário bem colorido.

Tenha espécies de peixes que você goste. Claro que respeitando sempre seus hábitos e litragem do aquário. Sendo um Hobby, temos que ter os peixes que mais nos agrada. Quando for a uma loja escolher seus peixes, preste bastante atenção, observe se há algum peixe no mesmo aquário que esteja doente, morto, ofegante ou com comportamento anormal. Caso haja, não compre esses peixes.

Não tenha medo de parecer chato fazendo questão de escolher o peixe, afinal, o dinheiro e a preocupação de inseri-los no aquário são seus, e não do lojista. Não se esqueça de sempre fazer a quarentena de seus peixes e plantas antes de inseri-los no aquário.

A Manutenção do Aquário:
Fazer a manutenção do aquário é muito importante para manter a qualidade da água para que a mesma não se deteriore e cause algum mal a fauna.

Com a manutenção você manterá os níveis corretos de pH da água, assim como dureza e temperatura da mesma.

É bom sempre manter um controle da água, pois, seu aquário é um ambiente fechado, diferentemente do habitat natural dos peixes e com o tempo a água irá se tornar poluída fazendo mal aos peixes, pois os detritos dos peixes irão se acumular no fundo do substrato, assim como restos de comida também. A água irá ficando saturada e se tornará ácida, e se você possuir peixes de pH neutro/alcalino, isso irá fazer um grande mal a eles.

Também, toda esta sujeira acaba se tornando amônia que em um nível muito alto é fatal para os peixes. Então deixe a preguiça de lado e mãos a obra...

De início você deve utilizar testes que existem no mercado para verificar os níveis de pH e amônia da água. No caso da amônia, sempre que o teste acusar presença dela na água, deve-se fazer a troca parcial de água para que seja eliminada o quanto antes do aquário.

Atenção, não desmonte o aquário todo para tal tarefa!!! Você irá trocar apenas 30% da água do aquário.

Você irá precisar de um sifão vendido em lojas do ramo e um balde para retirar a água como já dito, aproveitar para trocar no máximo 30% do volume total de água do seu aquário.

Como Proceder:
Faça um teste de amônia e outro de pH, utilizando os produtos encontrados em lojas do ramo. Lembre-se que a sifonagem é recomendada para que os níveis de amônia não se tornem moderados ou críticos para os peixes conforme tabela do teste. Durante este processo, desligue a luz do aquário, pois isto reduzirá o nível de stress dos peixes.

A sifonagem é nada além do que retirar a sujeira do fundo aspirando, até 30% da água do aquário e fazer uma troca parcial para restaurar os níveis benéficos livre de amônia da água. Com o sifão você cria uma sucção e poderá retirar do fundo do aquário a sujeira acumulada. Caso não seja necessário o uso do sifão, use uma pequena mangueira para sugar a água do aquário.

Faça a limpeza dos vidros com um limpador magnético ou o limpador que possui uma esponja na ponta de um cabo para você introduzir no aquário passando nos vidros e retirando o acúmulo de musgo ou algas que possam ter se formado.

Verifique também os componentes de bombas submersas (se houver) e a bomba do filtro externo, assim como seu refil ou elementos filtrantes, dê bastante atenção a manutenção do filtro, pois é dele que sua água irá depender para ficar cristalina e limpa.

O filtro deve ser limpo apenas com a água retirada do aquário e as cerâmicas do filtro devem ficar submersas em um recipiente também com água do aquário durante a limpeza do filtro. Tenha materiais para uso exclusivo para auxiliar a limpeza do aquário (ex: baldes, esponja sem fungicida, mangueiras, etc...).

Lembre também, de após cada troca parcial, sifonagem ou na hora de apenas completar a água, usar um bom condicionador de água para retirar o cloro e metais pesados da mesma.

A Alimentação da Fauna:
Como em quase tudo no aquarismo, não existe uma regra definitiva sobre a melhor maneira de alimentar os peixes, porque depende de muitos fatores. Mas existem várias informações que podem ser usadas, baseadas na experiência coletiva de aquaristas. A mais comum que costuma-se usar, é alimentar 2 ou 3 vezes ao dia (manhã, tarde e moite), a quantidade que seus peixes consigam comer em menos de 3 minutos. Claro que existe uma boa tolerância aqui, mas se depois de 5 minutos ainda tiver comida no aquário e os peixes não comerem você deve diminuir a quantidade que está oferecendo. Isto funciona bem para aquários de principiantes, comunitários e outros tipos que tenham uma razoável mistura de espécies. Aquários de espécie única, de reprodução e de hospital exigem mais cuidado, baseada nas necessidades específicas dos seus habitantes. Procure saber os hábitos alimentares de seus peixes para que se possa dar o alimento correto para eles. Existem diversas espécies com hábitos alimentares diferentes. Por exemplo: existem peixes herbívoros, carnívoros, onívoros, os que só se alimentam de alimento vivo, etc...

Existem algumas coisas importantes a considerar sobre os hábitos alimentares dos peixes. Na natureza, a maioria deles em geral tem bastante dificuldade em encontrar comida, e quando encontram alimento, comem tudo que puderem enfiar na barriga, já que eles nunca sabem quando virá a próxima refeição. Em um aquário, nós podemos controlar a freqüência de quantas vezes eles se alimentarão. Portanto cabe a nós fazer o controle correto da quantidade. Alimentá-los até que pareçam satisfeitos não é uma boa ideia. Os peixes são adaptados para passar a maior parte do dia com fome e procurando por pequenos pedaços de comida. Um erro muito comum de iniciantes é exceder na alimentação porque os seus peixes parecem estar desesperadamente suplicando por comida toda vez que o dono se aproxima, e ele resolve satisfazer a vontade deles a toda hora. Um peixe faminto é um peixe saudável. Se eles não vem até você quando você se aproxima, aí é que você deve começar a se preocupar. Finalmente, tenha em mente que é muito mais fácil enfraquecer ou até matar um peixe alimentando ele em excesso do que fazê-los morrer de fome. Os peixes podem tranquilamente ficar alguns dias sem comer, mas não recomendo. Alguns aquaristas defendem que submeter os seus peixes a jejum um dia por semana é até saudável para eles, porque lhes dá uma espécie de limpada por dentro.

*Fonte: Aqua Flux

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Filtragem:


Voltando com as postagens, essa será a segunda postagem do Blog, além de ser uma que eu escolhi com bastante entusiasmo, que é a abordagem sobre a filtragem da água de nossos aquários, enfim, vamos lá...

Pode-se dizer com toda a segurança que o sistema de filtragem é um dos mais importantes fatores para se manter um aquário. Garantindo a qualidade dos parâmetros físico, químicos e biológicos da água, muitas vezes é a filtragem que decidirá o sucesso de uma montagem. Nesse sucinto texto, você saberá as principais informações sobre a filtragem, sua funcionalidade e os diversos filtros disponíveis atualmente.

O Que é e Para Que Serve?:
Basicamente, filtragem (ou filtração) no aquário é o processo contínuo pelo qual a água do tanque passa para ser limpa e renovada, tendo detritos e outros compostos orgânicos prejudiciais ao sistema retirados. Ela é conseguida através do uso de um filtro, equipamento feito exatamente para essa finalidade e que deve ser bem escolhido pelo aquarista, pois é ele que manterá o aquário saudável, bonito e seguro aos peixes e plantas.

Quais São os Tipos de Filtragem?:
De forma resumida, existem três tipos diferentes de filtragem: a filtragem física, a filtragem química e a filtragem biológica. Se juntas e bem dimensionadas, garantem uma água limpa e cristalina, perfeita para os habitantes do aquário.

Veja Agora um Pouco Sobre Cada um Desses Tipos:

  • Filtragem Física:

A filtragem física (ou mecânica) é aquela que retira as partículas sólidas da água, como quase todo o material orgânico em suspensão: fezes, restos de ração ou outros alimentos, folhas mortas das plantas, cadáveres de peixes e outros invertebrados, microrganismos, etc. Fazendo isso, evita-se que esses materiais entrem em decomposição e acabem gerando muita amônia.


Para que ocorra, é necessário que a água passe por algum material poroso como esponjas, materiais fibrosos ou perlon e que sejam capazes de reter detritos. Tais materiais costumam saturar com o tempo (entupindo, por exemplo) e devem ser substituídos por outros novos ou então, dependendo do tipo, lavados e reposicionados.

As mídias físicas podem ser tanto em cartuchos prontos como feitas pelo próprio aquarista.

Geralmente é a primeira etapa da filtragem e é muito importante, pois impede que a água chegue com "sujeira" nas outras etapas, prejudicando seu funcionamento e até mesmo obstruindo seu fluxo.


  • Filtragem Química:

A filtragem química é semelhante à física, com a diferença que se encarrega de retirar da água compostos pequenos demais, nocivos ou apenas indesejáveis, em nível molecular. Esses compostos são basicamente gases (que dão um odor fétido a água), sais (que alcalinizam e endurecem), taninos (que deixam a água amarelada) ou mesmo resinas especiais para se retirar amônia/nitrito/nitrato, por exemplo.

Pode ser tanto a segunda como a última etapa da filtragem, isso é de certa forma indiferente (na maioria das vezes), mas deve ser sempre depois da filtragem física, uma vez que não consegue "capturar" detritos sólidos, podendo entupir rapidamente.


Para que ocorra, é necessário que a água passe por algum material que seja micro poroso, que através da absorção e/ou adsorção, retirará da água esses compostos. Costuma-se usar carvão ativado para essa função bem como diversas resinas especiais, como o Purigen e resinas para filtros deionizadores. Essas mídias também tendem a se saturarem com o tempo, por isso é aconselhável que se troque ou renove-as regularmente.

Carvão ativado como mídia química.

É importante lembrar que o carvão ativado (bem como outras resinas) de baixa qualidade pode liberar fosfatos ou silicatos na água, por isso é essencial que se adquira sempre com boa procedência. A filtragem química, como o próprio nome sugere, elimina compostos químicos da água, por isso deve-se retirá-la quando se pretende aplicar medicamentos, condicionadores, corretivos ou fertilizantes no aquário, sob o risco de terem seu efeito reduzido ou anulado.


  • Filtragem Biológica:

A filtragem biológica é aquela responsável pela degradação da amônia da água do aquário. De forma resumida, é capaz de transformar essa substância que é muito prejudicial em compostos menos tóxicos aos habitantes do aquário.

A amônia é gerada diretamente pelo metabolismo dos peixes e indiretamente pela decomposição da matéria orgânica (fezes, urina, restos de ração, etc...) - todo esse material é atacado por bactérias heterotróficas e então se produz amônia. Esse composto é muito tóxico e bastam pequenas quantidades para matar os peixes ou invertebrados mais sensíveis.

Então essa amônia é consumida por bactérias nitrificantes que a transformam em nitrito, que é menos tóxico, mas ainda assim muito prejudicial. Logo depois, outros tipos de bactérias consomem esse composto e o transformam em nitrato, que é relativamente inofensivo e só traz problemas quando em grandes concentrações. Existe ainda mais um processo, mas que é de importância secundária no aquário, onde o nitrato é consumido por bactérias desnitrificantes e liberado na atmosfera como nitrogênio gasoso. Esse processo é secundário pois eliminamos a parcela significativa do nitrato através de trocas parciais de água regulares.

Um Resumo do Ciclo:

Material Orgânico > Amônia > Nitrito > Nitrato > Nitrogênio Gasoso

Para entender com mais detalhes como esse ciclo funciona, leia as postagens Ciclagem do Aquário e A Química do Aquário - Ciclo Biogeoquímico do Nitrogênio (clique nos títulos para ser redirecionado), que esclarecerão quaisquer dúvidas remanescentes.

Para que todo esse processo ocorra, essas bactérias devem estar fixadas em uma superfície adequada, que é a mídia biológica. Atente que elas existem por todo o aquário: no substrato, na decoração, nas folhas das plantas etc., mas é apenas nas mídias biológicas que se desenvolverão adequadamente e formarão colônias grandes o suficiente para consumir toda a amônia produzida pelo sistema.

Costuma ser a última etapa da filtragem, porém, independentemente disso, deve-se ter o cuidado para que a água que chegue até ele esteja completamente livre de detritos, pois essas sujeiras entopem os micro poros e inviabilizam um desenvolvimento adequado das bactérias.

Existem muitas mídias de ótima qualidade hoje em dia, sendo quase em sua totalidade materiais muito porosos como anéis de cerâmica, anéis e pastilhas de vidro sinterizado, pedaços de rocha vulcânica, etc. Diferentemente do que acontece com os demais materiais das outras etapas da filtragem, as mídias biológicas jamais devem ser trocadas, e sim no máximo enxaguadas com água do próprio aquário, a fim de retirar sujeiras encrustadas. Se houver necessidade de troca, ela deve ser parcial e gradativa, trocando pequenas quantidades e aos poucos, para que não ocorra desequilíbrio do aquário. Com uma boa mídia, teoricamente jamais precisaremos trocá-la.

Diferentes mídias biológicas...

Além desses materiais de boa qualidade, existem alguns substitutos provisórios que podem ser úteis por um curto período como cascalho fino, cacos de tijolo, cacos de telha, cacos de vela de cerâmica (daqueles filtros de água antigos) e até mesmo esponjas. Todos esses oferecem uma área de fixação, mas consideravelmente menor (e, portanto, ineficiente a longo prazo).

Como os Filtros Funcionam?:
Indiferentemente de qual dessas filtragens estamos falando, seu funcionamento é sempre o mesmo: a água é sugada/entra através de um cano/entrada, passa pelas mídias onde o processo de filtração acontece efetivamente e então volta limpa ao aquário, através da saída. Isso pode ocorrer tanto dentro como fora do aquário, tendo inclusive processos mistos (com filtragem física dentro do tanque e as demais fora, dependendo do equipamento utilizado). A água pode entrar ou sair de sob diferentes formas: sob pressão de um motor, através de correnteza formada por bolhas ou através da força da gravidade.


Um fator interessante e que deve ser bem analisado é a velocidade do fluxo da água: uma vazão baixa promove uma melhor filtragem biológica, pois permite que a colônia de bactérias funcione mais efetivamente, já que a água passa devagar pelas mídias e, todavia, causa uma filtragem física mais demorada. Curiosamente, com uma alta vazão teremos uma filtragem física mais eficiente e rápida, porém uma pequena queda na ação da filtragem biológica (nada muito preocupante).

A disposição mais clássica das mídias é: primeiro a filtragem física, depois a química e após a biológica.

De uma maneira geral, o mais recomendado é que se possua filtros com vazão variável entre 5 e 10 vezes o volume líquido do aquário. Mais ou menos do que isso dependerá diretamente do poder filtrante do equipamento ou da configuração do tanque: geralmente aquários superpopulosos ou de peixes que produzem muita carga orgânica (como Jumbos ou Kinguios, por exemplo) exigem filtros mais potentes com uma grande vazão.

Além disso, devemos analisar como é o aquário para definir o sistema de filtragem. Como dito no parágrafo anterior, a quantidade e as espécies de peixes são fatores decisivos, bem como a presença de plantas. Aquários populosos exigem melhores filtros e/ou mais potentes enquanto aquários com poucos animais exigem filtros menos potentes.

Mesmo que se tenham poucos peixes por aquário, se esses forem "sujões" (peixes que produzem muita carga orgânica), isso vale igualmente a um aquário superlotado. O tratamento da água deve ser igual. Ciclídeos, Cascudos, Kinguios, Carpas e outros peixes de grande porte exigem uma filtragem superdimensionada, de até 15 vezes o volume total do aquário, dependendo de cada montagem.

Os parâmetros químicos também influenciam na decisão de que filtro adquirir. Aquários de Ciclídeos Africanos, por exemplo, cujo pH é muito alcalino, ultrapassando o 8.0 facilmente, deve possuir um filtro também superdimensionado. Isso porque além de produzirem muita carga orgânica, um pH mais elevado torna a amônia potencialmente mais tóxica, logo deve-se ter uma margem de segurança que se consegue não exagerando na população, na oferta de alimento e com um filtro potente.

Aquários muito bem plantados também interferem, já que as plantas são consumidoras de amônia e competem com as bactérias. Pode-se chegar à conclusão de que um aquário plantado oferece um risco menor de picos de amônia, já que a usa em seu metabolismo. Também usa nitrito e nitrato, mas antes é obrigada a convertê-los em sua forma primária (amônia). Isso é comprovado porque, como verá adiante, existem filtros de plantas, onde são elas que consumirão esses compostos.


Como será explicado a seguir, diferentes tipos de filtros podem ser mais ou menos adequados dependendo da montagem do aquário. Inclusive a escolha incorreta pode acarretar problemas a médio e longo prazo, relacionados quase sempre a sua ineficiência (total ou apenas parcialmente).

Tipos de Filtro:
Atualmente existem inúmeros tipos diferentes de filtros, dos mais simples até os mais sofisticados, dos menores até os enormes, dos mais econômicos até os mais dispendiosos. Mas independentemente do modelo, todos são subdivididos em dois tipos bem específicos: os filtros internos e os filtros externos.


Os filtros internos, como o nome diz, são aqueles que ficam e funcionam totalmente submersos, debaixo da água do aquário. Sua principal vantagem é o preço, muito convidativo e suas desvantagens consistem no tamanho, sempre pequeno, cabendo poucas mídias; ocupam espaço dentro do aquário e exigem uma manutenção muito mais frequente, já que saturam rápido.

A maioria dos filtros internos (e alguns externos) utilizam esses compressores ou bombas submersas para funcionarem.

Os filtros externos são todos os modelos que funcionam do lado de fora do tanque, obviamente. Suas vantagens é que como são externos, possuem os mais variados tamanho, podendo caber muita mídia filtrante, além do fato de que não precisa mergulhar as mãos no aquário para realizar a manutenção. Sua desvantagem é basicamente seu preço, sempre bem elevado em comparação com filtros internos.


Seguem Abaixo Alguns dos Filtros Internos mais Comuns, Seguidos de uma Breve Descrição:

Filtro Biológico de Fundo (FBF):
Também conhecido como filtro de placas de fundo, o FBF é um dos sistemas de filtragem mais controversos atualmente. É o filtro mais usado por iniciantes, mais econômico e fácil de se encontrar. Ele é um filtro mecânico e biológico.

Placas do Filtro Biológico de Fundo.

Consiste basicamente em placas perfuradas e que se encaixam entre si dispostas no fundo do aquário, onde é coberta por uma grossa camada de substrato (geralmente cascalho, mas se encapar as placas com uma malha fininha poderá usar materiais de menor granulometria). Uma dessas placas é a base onde se encaixa um tubo que leva à quase perto da superfície. Com o uso adicional de um compressor de ar simples ou de uma bomba submersa encaixada no topo desse tubo, ela suga a água de dentro e a expulsa para fora das placas. Devido a esse fluxo a água do aquário é obrigada a passar pelo substrato, fluindo pelas placas e subindo à torre, sendo devolvida ao meio do aquário.

Nesse processo de passar pelo substrato todas as partículas sólidas ficam retidas nele, conferindo a função de filtragem física. Com o tempo, se fixam no substrato bactérias responsáveis pelo ciclo do nitrogênio que irão decompor amônia e nitrito, conferindo a função de filtragem biológica (como a área para fixação das bactérias é o próprio cascalho, a filtragem biológica é muito eficiente nesse tipo de filtro).


Portanto, com o tempo se faz necessário sifonagens muito bem feitas, retirando o excesso de material orgânico que as bactérias do cascalho não decompõem. Essa manutenção deve ser feita religiosamente e deve estar associada a um aquário muito bem plantado e pouco povoado. Do contrário, o sistema inevitavelmente entra em colapso, com aumento súbito de amônia e nitrito e consequente queda do pH em valores difíceis de se estabilizar.

É recomendável apenas para aquaristas experientes e que tenham disponibilidade de tempo para essa rotina de manutenção.

Filtro de Esponja:
Muito simples, é um equipamento constituído basicamente de esponja e algum aparelho que promova um fluxo de água. Ele é um filtro mecânico e biológico.

Filtro de Esponja

Basicamente é um pedaço de esponja conectado a um tubo onde se encaixa uma mangueira de compressor de ar ou uma bomba submersa. Esses aparelhos forçam a água a passar pela esponja, retendo todas as partículas sólidas e proporcionando a fixação de bactérias, ou seja, promove filtragem física (ótimo nesse quesito) e biológica ao mesmo tempo. Deve-se ter o cuidado de lavar a esponja com a mesma água do aquário, pois é ali que a colônia de bactérias se abriga.

É um tipo bem simples de filtro, usado principalmente em aquários de exposição em lojas, quarentena, hospitais, camarões, de reprodução e maternidade, pois não permite que alevinos e pequenos invertebrados sejam sugados.

Filtro Interno Comum e Modular:
Esses dois tipos de filtros foram colocados juntos por serem praticamente idênticos, com a única diferença que um é fixo e o outro “montável” (possível criar vários módulos - andares), respectivamente. São filtros muito comuns e exercem filtragem física, química e biológica.

Exemplo de Filtro Modular/Filtro de Bactérias.

Ambos possuem espaço suficiente para acomodar mídia mecânica (como perlon), química (como carvão ativado) e biológica (como anéis de cerâmica). No caso do modular, como é possível acrescentar mais módulos, o espaço pode ser até triplicado, potencializando sua eficiência. Em ambos os casos (exceto naqueles que já possui uma bomba inclusa) é possível encaixar pequenas bombas submersas, de diferentes potências, que através da sucção e expulsão, forçam a água a passar pelas mídias onde ocorre a filtração (podem ter todos os três tipos de filtração, todos bem eficientes dependendo das mídias e da bomba usada). Geralmente são colocados nos cantos do aquário, mas nos modelos mais modernos, que possuem ventosas ou alças, podem ser posicionados em qualquer lugar.

Pelo seu tamanho podem ser um tanto antiestéticas, mas são muito eficientes na sua função. Também são usados em aquários de exposição de lojas, quarentena, hospitais, de reprodução e maternidade, pois não permitem que alevinos sejam sugados.

Help Filter:
É um filtro simples e de caráter emergencial. Possui a função de filtragem física.

Exemplo Help Filter.

Como o nome diz, é um filtro de ajuda e tem a função de clarificar a água do aquário. Composto por vela de filtro de piscina ou então outros materiais muito micro porosos ligada à uma bomba submersa, força a passagem de água por esse material. É capaz de reter as menores partículas e até mesmo algas verdes, uma excelente filtragem física.

É muito usado em casos de surtos de algas verdes e em aquários com água turva, pois em pouco tempo, menos de 24 horas é capaz de deixar a água cristalina.

Agora Seguem Abaixo Alguns dos Filtros Externos mais Comuns (A Variedade é Muito Maior):

Filtro Hang-On:
Inicialmente hang-on era o termo usado para designar todo o filtro que fica pendurado em um dos lados do vidro, do lado de fora do aquário. Porém, devido a sua popularidade, passou a ser a designação de pequenos filtros compactos. São muito populares e exercem a função de filtragem física, mecânica e biológica simultaneamente, sendo recomendados para aquário pequenos a médios.

Funcionam de maneira bem simples, onde um tubo plástico mergulhado no aquário suga a água (forçada por uma pequena bomba), que passa pelas mídias filtrantes onde é limpa e então volta para o aquário através de uma pequena rampa, formando uma cascata. Esse tipo de filtro não costuma apresentar muito espaço, mas é possível colocar os três tipos de mídias (para uma melhor filtragem biológica, escolha os filtros feitos de material escuro). É muito interessante utilizar mídias biológicas feitas especialmente para aquários pequenos que garantem uma área muito maior para a fixação da colônia de bactérias. Em aquários de pequeno volume costuma ser muito eficiente, podendo inclusive atuar sozinho. Como é prático para limpar (em muitos casos basta trocar o refil e o aquarista nem chega a molhar as mãos), costuma ser a opção de muitos hobbystas. Os mais modernos são bem discretos e silenciosos.

Exemplo clássico de um Hang-on.

Existem muitos modelos diferentes com diversas funções, muito além da vazão. O preço também é muito variável, podendo perfeitamente ser adquirido pelo aquarista mais modesto como também pelo mais extravagante. Alguns avisam quando é hora de trocar de carvão ativado, outros permitem ter dois refis ao invés de um, etc. O importante é escolher um modelo compatível com seu aquário.

Filtro Canister:
O filtro preferido dos donos de aquários plantados, devido ao fato de quase não movimentar a água, o Canister é um equipamento muito eficiente capaz de realizar filtragem física, química e biológica. Como seu espaço interno é muito grande, todos os tipos de filtragem podem ser otimizados. O único ponto negativo é que ainda é um filtro de preço elevado para o padrão brasileiro.

Exemplo de um Filtro Canister.

Seu funcionamento é semelhante ao do filtro modular, com a diferença que ocorre fora do aquário. Costuma ficar de pé atrás, embaixo ou ao lado do aquário. Existem as versões diminutas, como os Mini-Canister que podem também ser pendurados no vidro, no estilo hang-on. Uma mangueira mergulhada no aquário suga a água, forçada por uma bomba, que é obrigada a passar por diversas gavetas de mídias (perlon, carvão ativado, cerâmica, etc), localizadas dentro de um vasilhame hermeticamente fechado, voltando limpa e sendo devolvida para o tanque através de outra mangueira ou então flauta (tubo repleto de orifícios para distribuir igualitariamente a água, causando apenas uma suave movimentação da superfície da água).

Exemplo de um Mini-Canister Hang-On.

Uma particularidade do Canister é que, devido ao fato de ser um filtro voltado mais à eficiência da filtragem biológica, é preciso uma vazão menor do que nos outros filtros, algo de 3 a 5 vezes o volume total do aquário. Sua manutenção é um pouco mais trabalhosa que a dos filtros hang-on comuns, mas ainda sim é simples. Por não agitar a água, evita uma perda excessiva de CO₂, elemento vital para as plantas, por isso é um filtro muito recomendado para aquários plantados.

Excluindo o fato de ser um equipamento relativamente caro, é um dos melhores filtros que o aquarista pode ter, se bem dimensionado. Muito discreto e silencioso, é um investimento que vale à pena.

Filtro Sump:
O filtro Sump é um dos mais eficientes sistemas de filtragem conhecidos atualmente. Capaz de realizar filtragem física, química e biológica sempre com muita eficiência, é muito usado tanto em aquários de água doce como em aquários marinhos e possui manutenção muito simples.

O sump é um dos mais eficientes sistemas de filtragem conhecidos atualmente.

Sump é uma palavra em inglês que significa fossa/reservatório e não é exatamente um filtro em si. Pode ser considerado um aquário de reserva em que se realiza a filtragem. Pode ficar abaixo do aquário, dos lados ou mesmo atrás e é especialmente adequado para aquários de médio a grande porte. Através de uma bomba que sugará ou expulsará água, a força a passar pelas mídias e então ocorrer a limpeza. Sua grande área (sempre igual ou maior que 20% do volume do aquário) permite um grande volume de mídias filtrantes e ainda serve para diferentes funções adicionais dependendo da montagem: em aquários de água doce serve para se colocar o equipamento necessário (como termostato, aquecedor, medicamentos, fertilizantes, corretivos, etc.) e em marinhos serve como refúgio para mudas de corais por exemplo.

A instalação (ou montagem, que é o termo mais adequado) do Sump deve ser feito por profissionais da área, pois um mau planejamento pode causar acidentes desastrosos. Essa é a parte mais difícil, pois muitos aquários, principalmente aqueles que possuem móveis prontos, não tem espaço para se criar um Sump. Mas superado esse problema, mantê-lo é muito fácil.

Filtro Wet-Dry:
É um filtro não muito usado, mas capaz de realizar filtragem física, química e biológica (excepcionalmente essa última, é um filtro voltado a filtração biológica). Como o nome sugere (seco/molhado), consiste um filtro em que as mídias biológicas não ficam submersas.

Modelo de Filtro de Filtro Wet-Dry

Funciona de modo vertical, com uma estrutura que costuma ficar embaixo do aquário, onde a água escorre por gotejamento, aos poucos. Passa pela mídia física, após a química e por último a biológica. Nesse filtro o melhor a se usar são bio-balls, esferas de plástico que promovem uma boa área para as bactérias. Toda a água que escorre é devolvida com a ajuda de uma bomba, e não deve representar mais de 15% da água do volume do aquário, aproximadamente). As vantagens de se manter um filtro assim é que as bactérias consomem o oxigênio que precisam da atmosfera, que é muito mais abundante que no aquário. Por isso, desenvolvem-se mais e melhor. As bio-balls devem estar sempre molhadas, mas não submersas.

A desvantagem desse sistema é sua montagem, que é relativamente trabalhosa e deve ser feito por um profissional da área. Sua manutenção é fácil, desde que jamais permita que as Bio-balls sequem.

Filtro de Areia Fluidizada:
Um filtro especial para aquários plantados e superpopulosos, o filtro de areia fluidizada apenas exerce a filtragem biológica e de forma excepcional.

Modelo de Filtro de Areia Fluidizada.

Consistindo basicamente em um tubo que fica submerso e suga a água (forçado por uma bomba), que passa por um recipiente cilíndrico e na vertical, que contém areia em suspensão – ela acaba sendo movimentada por esse fluxo de água, levantando os grãos e oferecendo uma área enorme para fixação das bactérias nitrificantes, onde realizam a filtração biológica. Após essa água volta já limpa para o aquário através de um segundo tubo. É um filtro esteticamente singular e relativamente compacto. Sua maior desvantagem é que não possui filtragem mecânica, então é necessário encaixar, na entrada do tubo de captação (entrada), uma esponja para que os detritos fiquem retidos nela e somente água passe pela areia.

Seu preço é variável, mas atualmente está relativamente barato. É um ótimo complemento a filtragem biológica, assegura sempre níveis de amônia e nitritos totalmente zerados.

Filtro de Osmose Reversa:
É um tipo de filtro usado especialmente para filtragem química da água e não é usado no aquário, mas sim em recipientes separados.

Modelo de filtro de Osmose Reversa de 5 estágios.

Através de resinas específicas, esse filtro consegue retirar a maioria, se não todos, dos sais minerais dissolvidos, obtendo-se então uma água com elevado grau de pureza e baixo pH. É um processo em que um solvente é separado de um soluto. Como a água fica pura demais (e pobre demais) ela deve ser recondicionada com todos os condicionadores adequados, conseguindo-se uma água com parâmetros bem específicos. Muito usado para conseguir água ideal para aquários marinhos e para reprodução de Acarás Disco.

É um filtro ainda relativamente caro, mas que vale o investimento devido a sua funcionalidade.

Filtro Deionizador:
É um tipo de filtro usado especialmente pra filtragem química da água e também não é usado no aquário, mas sim em recipientes separados.

Modelo de Filtro Deionizador.

Esse tipo de filtro retira compostos químicos como sais minerais, metais pesados, silicatos, nitratos e fosfatos através de trocas iônicas obtidas no contato da água com uma resina especial, a resina mista. Isso gera uma água muito pura que pode ser novamente recondicionada de acordo com sua necessidade ou usada diretamente em montagens específicas de água com pH baixo e macias, como montagens amazônicas
.
Como acontece com o filtro de osmose reversa, é relativamente caro, mas que vale o investimento devido a sua funcionalidade.

Filtro UV:
Na verdade, apesar de ser chamado de filtro, esse equipamento é um esterilizador da água. Não é filtro porque não filtra absolutamente nada, nem compostos químicos nem detritos orgânicos. Mas sim elimina bactérias e algas suspensas na água.

É basicamente um equipamento em que a água do aquário (ou lago, onde é muito usado) é forçada a atravessar, através do uso de uma bomba, e então entra em contato com a radiação ultravioleta (UV) de uma lâmpada especial. O UV é um tipo de radiação específica capaz de destruir microrganismos como bactérias e algas. Ao passar pela luz da lâmpada, todas as algas (verdes, marrons, vermelhas, etc.), bactérias e demais microrganismos são mortos. Isso acaba com surtos de algas verdes ou de quaisquer bactérias. O fluxo de água deve ser lento para que a lâmpada funcione de maneira mais eficaz no combate aos microrganismos.

Um exemplo de filtro UV.

Seu custo é relativamente baixo e seu manuseio é fácil. Como não possui filtragem física, é interessante que se coloque uma esponja na entrada do filtro, para que apenas a água passe pela lâmpada, evitando detritos. Porém deve-se ter muito cuidado e em hipótese alguma olhe diretamente para a lâmpada ligada, e nem permita que a luz atinja sua pele, sob o risco de severas queimaduras e até mesmo cegueira (porque a pessoa não sente dor na hora...).

Filtro Skimmer:
Também conhecido como Desnatador de Proteínas e essencialmente usado em aquários marinhos, é um equipamento de singular filtragem mecânica (retira detritos antes que se decomponham).

Um modelo de skimmer que pode ser usado como hang-on.

Para que funcione adequadamente é necessário que o aquário possua alta salinidade e pH, por isso é especial para marinhos. Ele produz uma série de microbolhas de ar que coletam as partículas de resíduos existentes na água formando uma espuma que sobe através de um tubo até chegar a um copo no seu topo, que servirá como depósito de detritos e que deve ser removido e limpo sempre que necessário (acumula proteínas ganhando um aspecto marrom com um odor muito desagradável). Se usado em aquários de água doce aumenta consideravelmente a quantidade de oxigênio dissolvido na água, técnica muito interessante para peixes como Kinguios, por exemplo.

Existem diversos tipos de Skimmers sendo os mais conhecidos os de pedra porosa, venturi, spray injection e needlewheel. Eles variam também no valor e muitos possuem preços em conta.

Filtro de Plantas:
Um dos filtros mais acessíveis ao aquarista, promove uma filtragem física, química e biológica, com ênfase na biológica, utilizando plantas terrestres, palustres ou flutuantes para isso.

Funciona da seguinte forma: uma mangueira suga a água do aquário (forçada por uma bomba) que passa por um recipiente na horizontal, repleto de raízes das plantas e volta para o aquário através de outra mangueira. Ao passar pelas raízes, as plantas absorvem boa parte de compostos nitrogenados e outras substâncias, purificando a água. As raízes funcionam como verdadeiras redes que capturam e prendem dejetos do aquário. Periodicamente enxague-as para eliminar esse excesso de detritos. É um filtro que oferece ótimos resultados no aquário, com diminuição perceptível das algas, já que as plantas irão consumir o excesso de nutrientes, já que retiram todo o gás carbônico que precisam do ar.

Muitas das plantas que podem ser usadas nesse tipo de filtro estão presentes em nossos jardins, o que facilita muito a vida do aquarista. O filtro acaba servindo também como decoração da casa, em cima do aquário.

Filtro de Algas:
Relativamente recente, o filtro de algas se encarrega apenas da filtragem química e biológica.

É por si um sistema muito curioso, que consiste em fazer com que, de modo contínuo, a água do aquário caia sobre uma placa multiperfurada, passando por toda sua superfície, escorrendo para um recipiente e voltando para o aquário, tudo isso com auxílio de uma bomba. Coloca-se então essa placa sob a luz intensa de uma luminária própria, a fim de provocar uma proliferação exagerada de algas verdes no local. Ao encontrar a oportunidade de se reproduzir, as algas o farão e acabarão consumindo uma quantidade muito grande de nutrientes em suspensão. Esses nutrientes começarão a se escassear no aquário, diminuindo a quantidade de algas de dentro do tanque principal. Elas perdem por competição para as que estão presentes na placa, que não possuem nenhuma ameaça ou impedimento o seu desenvolvimento, que é livre. Conforme a placa for ficando lotada, remova o excesso de algas com uma espátula e reposicione.

É um sistema não necessariamente caro, mas complicado de se montar e é orientado apenas aos aquários de grande porte. Por ser um método novo, pode ser visto com maus-olhos, mas vem apresentando resultados bem positivos.

Uma coisa muito importante e que deve ser mencionada é que a maioria dos filtros anteriormente descritos podem ser adquiridos usados ou mesmo fabricados pelo próprio aquarista, desde que porte as ferramentas adequadas e um pouco de habilidade manual. Em ambos os casos, a economia é significativa e faz diferença no final do mês.

Filtros Funcionam Sozinhos? Precisam de um Complemento? Quais?
Apesar de muitos serem extremamente eficientes em suas funções, os filtros sozinhos não conseguem manter a qualidade da água. Associados a ele o aquarista deve adotar medidas e práticas regulares que complementam o filtro e o ajudam a manter o aquário sempre saudável. Elas se resumem em praticamente duas principais, a troca parcial de água (conhecida como TPA) e a sifonagem. Conheça os detalhes das duas:

  • TPA: 

Como o nome diz, a troca parcial de água consiste em retirar regularmente um determinado volume de água do tanque e repor por água nova. Deve-se fazer isso para eliminar excessos de substâncias nocivas ou mesmo alguns compostos que o sistema de filtragem não consegue. O melhor exemplo é o nitrato, que por mais que as mídias biológicas mais modernas consigam processar (através da desnitrificação), acumula muito rápido e a melhor maneira de retirá-lo é através das TPA. Esse processo também repõe diversos sais minerais que são consumidos naturalmente pelos seres vivos presentes no aquário (peixes e plantas). Pode também eliminar hormônios que estacionam o crescimento entre filhotes como acontece com determinadas espécies de ciclídeos africanos, por exemplo.

Não é possível definir com exatidão qual a frequência em que se devem realizar as TPAs muito menos o seu volume, pois são duas variáveis que dependem diretamente da configuração do aquário. Aquário com muitos peixes ou peixes que poluem muito a água exigem mais TPAs e de maior volume, valendo o mesmo para aquários plantados (evita algas). Já em aquários poucos populosos a frequência e o volume diminuem.

Porém, para que o aquarista iniciante não se sinta perdido, existe uma determinada definição em relação a frequência que pode e deve ser alterada conforme as necessidades individuais de cada montagem:

  • TPAs de 7 em 7 dias.
  • TPAs de 15 em 15 dias.
  • TPAs de 30 em 30 dias.


Deve-se atentar sempre que é desaconselhável trocar um volume muito grande de água, pois pode causar choques nos seres vivos e/ou desequilibrar o sistema. De uma forma geral, evite TPA de mais de 40%. Em aquários de reprodução, maternidade, quarentena e hospital evite TPAs maiores do que 20%. Como regra lógica, quanto mais TPAs, menos volumosas devem ser e quanto menos TPAs, mais volumosas serão.

Em hipótese alguma, jamais troque toda ou quase toda a água do aquário, sob o risco de desequilibrar o sistema e, além de matar boa parte da colônia de bactérias do filtro, é capaz de exterminar com todos os peixes. Essa medida é drástica e só deve ser tomada como última alternativa em casos de acidentes com produtos químicos, com quebra dos vidros ou trocas de aquário.

  • Sifonagem:

Como sugere o nome, sifonagem é o ato de sifonar (aspirar com um sifão) detritos do aquário. Ela é um complemento essencial e retira o excesso de material que o filtro não consegue, seja porque é insuficiente seja porque se encontram em lugares inacessíveis, onde a correnteza não chega. Pode ser realizado com sifões especiais para uso em aquário (inclusive existem até sifões automáticos, à pilha) ou com mangueiras comuns com uma cúpula na ponta.

Para realizá-la basta aproximar a ponta da mangueira perto do substrato e então aspirar os dejetos visíveis. Em determinadas montagens é necessário mergulhar o sifão parcialmente no substrato para sugar a sujeira que se encrusta nele (ou então movimentá-lo bem fazendo com que essa sujeira suba e então fique fácil sugá-la).

Exemplo de sifão.

É considerado o primeiro passo da TPA, pois você substitui a água que é levada embora nessas sifonagens. Idealmente, esses dois procedimentos devem ser realizados sempre juntos, para maior eficiência na manutenção e comodidade para o aquarista. A frequência, como no item anterior, deve ser igual à da TPA, com raras exceções em que se faz necessário uma limpeza radical do solo do aquário.

Não se faz necessário dizer que para facilitar o trabalho do filtro a água que entra no aquário deve ser sempre muito limpa, livre de cloro e cloramina, com o mesmo pH e temperatura do tanque. Colocar uma água suja, com detritos ou turva apenas sobrecarregará tanto o sistema de filtragem como você mesmo durante a manutenção.

Então é isso, um resumo geral sobre a filtragem no aquário, sua função e os tipos de filtros existentes. Espero que tenha esclarecido dúvidas e que esse texto ajude a todos que o lerem a montar aquários cada vem melhores, estáveis, saudáveis e muito, muito bonitos.

Lembre-se sempre: o filtro é como se fosse o coração de um aquário. Se algo der errado ou for mal planejado com ele, inevitavelmente todo o sistema entrará em colapso.

*Fonte: Aquaflux