terça-feira, 24 de março de 2015

Como Iniciar um Aquário Plantado (2ª Parte):


Retornando com as postagens, hoje pretendo continuar com a postagem que ensina passo a passo sobre como iniciar um aquário legitimamente plantado, enfim...

Há alguns anos que observamos que os aquários plantados estão atraindo a atenção dos aquaristas e ocupando um grande espaço neste maravilhoso Hobby. Prova disto é a grande atenção que as empresas do ramo estão dando para equipamentos e produtos destinados a este tipo de montagem. Estão investindo pesado e colocando no mercado inúmeros itens, dentre eles, cilindros e difusores de CO₂, lâmpadas especiais e até mesmo substratos que oferecem quase todos os nutrientes que uma planta necessita. E quem não admira uma bela paisagem composta por plantas naturais? Até mesmo quem não as tem como objetivo inicial, sempre acaba querendo colocar uma ou outra plantinha para dar um toque final na decoração. Só que existem muito mais coisas por baixo de um carpete de glossostigmas ou atrás de uma cortina de rotalas. São os benefícios que elas podem trazer para um aquário, quando em condições de desempenhar suas funções essenciais. As plantas fazem parte, junto com a filtragem biológica, do ciclo de purificação da água. Elas retiram da água os nitratos gerados pelas secreções da fauna, competem com as algas pelos nutrientes e ainda absorvem dióxido de carbono para liberar oxigênio durante o processo de fotossíntese. Servem, ainda, como demarcação de território, esconderijo e abrigo para os alevinos que as utilizam como proteção, além de diminuir o estresse provocado aos peixes pelas nossas intervenções durante a manutenção e alimentação. E o que precisamos oferecer às nossas amigas para que possam crescer satisfatoriamente e mostrar toda a exuberância que só a natureza pode oferecer? Nutrientes! Sim, evidentemente elas se necessitam de nutrientes. As plantas retiram da água, através das raízes ou folhas, micro e macro nutrientes. Eles possibilitam a síntese de aminoácidos, proteínas, enzimas, coenzimas, clorofila, etc. Quando elas sentem carência de algum destes nutrientes minerais, como azoto, ferro, cobre, começam a dar sinais de que não estão bem, amarelando ou perdendo suas folhas. Podemos disponibilizar para as plantas vários tipos de substratos, que, além de local para fixação, servem também para fertilização. Com certeza ficamos em dúvida diante de tantas opções que temos disponíveis. Isto, sem falar no eficiente e barato trio, húmus de minhoca/terra vegetal, laterita e areia de construção. Vale lembrar que podemos complementar com os vários fertilizantes líquidos encontrados nas lojas. As plantas necessitam, ainda, de luz adequada para que, durante a fotossíntese, possam transformar o CO₂ em glicose e, assim, possibilitar seu crescimento. Se não podemos oferecer a luz solar para isto, existe no mercado uma infinidade de lâmpadas especiais que emitem ondas com comprimento necessário para essa finalidade. Até mesmo lâmpadas tubulares ou compactas fluorescentes, que possuem um preço muito acessível, podem desempenhar essa tarefa. Basta que possuam, no mínimo, 6400K e em quantidade de Watts compatível com a necessidade de cada planta. E se o CO₂ não está presente na água em quantidade suficiente, temos também a tecnologia para solucionar esse problema. O kit de CO₂ que encontramos à venda pode ser composto por cilindro, válvulas, sistema de controle digital, reatores e indicadores. Desta forma podemos assegurar um fornecimento regular e constante. Porém, se a tecnologia estiver um pouco fora de alcance, podemos apelar para a criatividade e montar um sistema de CO₂ FVM (faça você mesmo), composto por garrafas com fermento biológico, açúcar cristal, bicarbonato de sódio e difusores ou pedra porosa. Mas, que plantas teremos em nosso aquário? Existem tantas que essa dúvida acaba persistindo mais do que deveria. Basta dar uma boa pesquisada nas exigências que cada uma apresenta, bem como a localização ideal no aquário, e escolher o conjunto que mais agradar. Se depois de tantas informações parecer que nada mais pode ser acrescentado, ainda resta o componente principal para o sucesso neste projeto: a dedicação. Como um plantado não é criado pela natureza e sim pelo homem, se estiver abandonado, desestabiliza. E aí os desastres acontecem um após o outro. Chegam a desanimar. Porém, com um pouco de atenção e intervenções regulares, o sucesso fica muito próximo e poderemos desfrutar daqueles momentos incomparáveis de observação diante do fruto de nossas mãos.

Projetando um Plantado:

Parte 1 - Layout:
O Layout é a materialização da proposta que temos para todos os elementos que irão compor o aquário plantado, a disposição física. Para tanto, é necessário o esboço visual de um projeto que temos em mente. Isto serve para mostrar como deve ou pode ser a distribuição de diversos itens que irão compor o produto final do projeto. Como nosso objetivo é descobrir a melhor maneira que poderemos alocar estes elementos, buscando harmonia, podemos efetuar alterações a qualquer momento, evitando maiores intervenções no projeto final. É após a definição do layout que decidiremos qual o tamanho do display que irá conter a montagem. No aquapaisagismo ele pode ser esboçado através de computação gráfica, riscos em um papel ou apenas na imaginação. Muitos acreditam que para isso é necessário apenas a inspiração e o dom natural. É claro que isto pode diferenciar e destacar alguns poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo conhecimento através de leituras e observações, apoiada na dedicação, pode transformar qualquer aquarista num aquapaisagista de bom nível. Há o costume de se elogiar e admirar belas montagens e pensar que isto seria impossível para nós. Este conformismo impede a evolução. Devemos elogiar, admirar, mas, acima de tudo, analisar. Por que aquela montagem é tão bela? Quais elementos se destacam? Qual o posicionamento das plantas? Que parte chama mais a atenção? Estas respostas nos servirão como guia para futuras montagens. É possível analisar um plantado de 2 metros e usá-lo como base para um cubo de 30cm. Isto pode parecer estranho, mas basta escolher uma determinada área do "gigante" e, a partir dela, executar o projeto no cubo. É só utilizar aquela parte que mais nos agradou. Dispomos de uma infinidade de exemplos de montagens em fotos espalhadas pela Internet, todas à espera de olhos curiosos que possam desvendar seus segredos e técnicas utilizadas.

Devemos ter em mente que em concursos não só o Layout é analisado pelos juízes. Outros itens são considerados, como a saúde das plantas, entre outros. Por este motivo podemos encontrar um trabalho que agrade mais aos nossos olhos, em colocação inferior a outros. Outro caminho para chegar ao tão pretendido Layout é a observação da natureza. Existem incontáveis lugares naturais que podem ser utilizados como base ou ponto de partida para nossos projetos. Basta observar bem. Se não puder ser ao vivo, podemos, novamente, nos servir das fotos disponíveis na net. Não é da noite para o dia que faremos isso. É preciso estudar o exemplo até conseguir imaginar os elementos que serão necessários para esta reprodução. Por este motivo, é interessante conhecer vários tipos de plantas para facilitar a visualização do Layout. Como é através dos nossos olhos que captamos as informações para decidir qual imagem nos agrada, faz-se necessário conhecer uma técnica que consiste em dispor elementos em pontos estratégicos que são identificados por nosso cérebro como harmoniosos. É a "Proporção Áurea" ou "Ponto de Ouro". Esta proporção foi descoberta a partir de uma seqüência de números criada por Fibonacci (Leonardo Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na natureza, nos animais e até mesmo em nossas mãos, orelhas e demais partes do corpo. É utilizada na construção de instrumentos e na pintura, por exemplo. Para aplicar em aquários, devemos vê-lo como o retângulo que é, dividindo-o em duas partes. Basta dividir seu comprimento por 1,618 e traçar um risco neste local.



Está identificado o primeiro ponto de ouro. Nesta divisão podemos deixar a parte maior do lado esquerdo ou do direito, dependendo do nosso projeto. A partir deste ponto ainda podemos continuar com a proporção e determinar diversos locais que deveremos utilizar na elaboração do Layout. Podemos criar belas montagens mesmo utilizando esquemas de Layouts mais comuns. Estes são parâmetros que seguimos no momento de distribuir os elementos pelo aquário. Temos o Layout triangular, onde dispomos as plantas, pedras e troncos no aquário, seguindo o desnível formado por essa figura geométrica.


Layout "triangular".

Existe a montagem seguindo o formato da letra "U", que consiste em plantar os dois lados do aquário, deixando um espaço vago, preferencialmente no ponto de ouro.


Layout "U".

Também podemos elaborar nossos projetos com base no Layout em forma de "ilha". Neste, o Hardscape e as plantas ficam centralizados, deixando um espaço livre ao seu redor, que poderá ser ocupado por plantas que formem carpetes.


Layout "ilha".

Nossas montagens serão compostas por diversos elementos, alguns imprescindíveis, outros opcionais. Temos o Hardscape, Softscape e o Lifescape.

Hardscape:
Raízes, ramos e troncos de árvores, pedras e outros elementos que a criatividade possa buscar. As pedras deverão ser neutras para que não interfiram nos parâmetros e qualidade da água. Buscam-se aquelas que apresentam faces irregulares e cores que melhor integrem o layout pretendido. O tamanho delas deverá ser proporcional ao tamanho do aquário e a disposição se dará de forma que se crie uma harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada deve ser tratada para evitar "tingir" a água do aquário ou acidificá-la em demasia. Opta-se por troncos de aroeira, goiabeira, jabuticabeira e outras que sejam bem duras, secas e escuras. Outras opções podem ser utilizadas, desde que não se dispense o tratamento necessário.



Softscape:
Seriam as plantas que podem viver em forma submersa, palustres ou verdadeiramente aquáticas. Existem muitas fichas dessas plantas que nos fornecerão todos os dados que precisamos ter para utilizá-las. Isto é importantíssimo para a correta disposição das mesmas no layout, visto que não devemos colocar uma planta de fundo na frente do aquário. A sequência normal a ser seguida é a frente do Display ser composta por plantas baixas que formam carpetes e que serão escolhidas considerando o tamanho da montagem. Depois, as plantas de meio e, por fim, as mais altas.



*Em aquários baixos podemos optar por utilizar plantas de meio na parte traseira sem perder a harmonia, mas corre-se o risco de um juiz de concurso de aquapaisagismo não ter a mesma sensibilidade e criticar a utilização da planta fora da área adequada.

Lifescape:
Este designa os habitantes do aquário plantado. Em sua maioria, os peixes. Ao contrário do que costumamos fazer no aquarismo, onde montamos o aquário para uma determinada espécie de peixes que desejamos manter, no aquapaisagismo deixamos a escolha dos habitantes para o final. Estes não deverão ser em quantidade e tamanho que possam poluir visualmente a montagem. Trata-se de um item que também é analisado pelos juízes de concursos, onde verificam se estão compondo o Layout harmoniosamente, em tamanho, cores e características da espécie. Peixes de cardumes são mais interessantes por viverem em grupo e conferir um ar de naturalidade, sendo preferíveis aqueles que nadam em School, ou seja, que nadam agrupados. Até mesmo o ponto em que estão localizados no momento da foto influencia no resultado de todo o conjunto. Com base nestas informações podemos iniciar nosso processo criativo e liberar a criatividade. Ainda que o primeiro projeto não satisfaça completamente nosso objetivo, devemos continuar seguindo este caminho, pois será através das tentativas e erros que chegaremos aos acertos, que serão recompensadores.



*Fonte: aqualon

quinta-feira, 19 de março de 2015

Como Iniciar um Aquário Plantado (1ª Parte):


Voltando com as postagens, hoje eu decidi abranger o tópico de como dar inicio a montagem de um aquário plantado, enfim...

O que é preciso para se montar um aquário plantado, quais os principais materiais e os cuidados necessários... são perguntas frequentes... vamos fazer um pequeno resumo dos materiais e manutenções necessárias para iniciar um aquário plantado.

O Aquário:
Qualquer tamanho e forma é possível para se fazer um bonito aquário plantado, os maiores são mais estáveis e fáceis de manter em comparação aos menores, mas o custo com materiais e equipamentos são mais onerosos. A altura do aquário também influência, tano na iluminação como na hora da manutenção.

Aquários com a frente curva são bonitos, valorizam o ambiente, mas como distorcem a imagem, dificultam na harmonia de um Layout, exigindo mais do aquapaisagista.


Aquário triangular é uma boa opção, principalmente para quem não tem muito espaço. Diminui as opções de Layout, geralmente ficando com o Layout em ilha. Bem montados dão um Show à parte.


O aquário retangular é sempre uma opção boa, o visual é bem agradável e torna-se mais fácil trabalhar no Layout.

Os aquários hexagonais geralmente não são adequados, pois as junções ficam à vista, prejudicando a montagem. Mas usando criatividade, de repente consegue-se uma montagem especial.


Aquários bola deformam demais a imagem, não sendo aconselhado o uso.

Aquário tipo "quadro" normalmente são estreitos e de difícil acesso, dificultando muito a realização de uma boa montagem.

O Substrato:
É a parte que sustenta as plantas, dividido em duas camadas, camada fértil e camada inerte.

A camada fértil é composta por adubos para nutrir as plantas. Existe no mercado aquarístico, substratos próprios para essa finalidade, algumas marcas não necessitam da camada inerte. Outra opção é a laterita e o húmus de minhoca tratado ou terra vegetal (fervido e lavado) que também servem para esse propósito, cuidando para não exagerar, uma camada de 1 cm de húmus tratado já é o suficiente.

A camada inerte é a que sustenta as plantas, servindo também para que a camada fértil não entre em contato direto com a água. Composta por cascalho neutro bem fino, com granulação entre 2 a 3mm, uma camada de 5cm na parte frontal do aquário e 10 cm para a posterior é o suficiente.


*Fonte: Aqua Suzuki

domingo, 8 de março de 2015

Introdução ao Aquarismo (2ª Parte):

Retornando a manter o Blog vivo e ativo, coisa que levei bastante tempo para fazer...
Volto com uma postagem que estava guardando para demonstrar mais alguns aspectos importantes, antes de se iniciar no mundo do aquarismo, sem mais delongas vamos ao assunto em questão:

Objetivo:
Informar a novos aquaristas como proceder de forma correta e segura a montagem de seu primeiro aquário.

O Aquário:
Hoje encontramos em lojas uma grande variedade de aquários, confeccionados em diferentes formatos.

Antes de comprar um aquário, escolha o local para coloca-lo e o espaço disponível, quantidade e tamanho de peixes que irão habitá-lo.

Os aquários retangulares são a melhor opção, pois apresentam muitas vantagens sobre os outros modelos:

Uma superfície maior de água em contato com o ar, que permite uma melhor troca gasosa entre oxigênio e gás carbônico.

Melhor para ser visualizado o interior do aquário.

Praticidade na instalação de equipamentos como luminárias, filtros e termostatos.

Se torna mais fácil a execução das tarefas de limpeza e manutenção.

O Filtro:
Hoje em dia existem diversos tipos de filtros, sendo que falaremos apenas de dois tipos já que abordamos sobre outros tipos na postagem anterior, os filtros que serão abordados novamente nessa postagem são os filtro externo e canister que são mais eficientes para manter a qualidade da água do aquário em boas condições. Vamos falar um pouco sobre eles:

O filtro externo é uma caixa de acrílico que tem uma bomba que fica acoplada a ela. O filtro também é chamado de externo, pois ele fica pendurado fora do aquário. Nele podemos ter as filtragens mecânica, química e biológica.

O filtro canister basicamente é um pote de acrílico que pode ficar dentro do móvel ou atrás do aquário. É um filtro que tem duas mangueiras com a função de fazer a água do aquário circular pelo interior do filtro. Uma mangueira irá captar a água do aquário para o filtro e a outra é a mangueira que irá levar de volta para o aquário a água que passa pelos elementos filtrantes fazendo assim a filtragem. O filtro canister basicamente funciona com os mesmos princípios do filtro externo convencional, Mas ele leva a vantagem de ter a capacidade em acomodar maiores quantidades de elementos filtrantes dentro dele, (podemos assim obter muito mais biologia no filtro) e outros elementos auxiliares. E as bombas do canister têm muito mais potência que a dos filtros externos.

É importante saber a litragem exata do seu aquário para escolher o filtro ideal, pois o mesmo nunca devem trabalhar no limite da litragem do aquário, ou seja, se na especificação da embalem mostra que ele filtra um aquário de no máximo 80 litros e você tem um aquário de 200 litros, fica óbvio que esse filtro não atenderá a necessidade de filtragem deste aquário. Tem que existir uma margem de segurança, ou seja, o filtro deve sempre trabalhar com folga na litragem, então se você tem um aquário de 200 litros comprará um filtro para 250 litros ou mais.

Tipos de Filtragem:
Normalmente os filtros fazem três tipos de filtragem para que a água do aquário tenha qualidade suficiente para manter seus habitantes saudáveis. Vamos falar um pouco sobre elas.

Filtragem Mecânica:
O objetivo desta filtragem é retirar da água substâncias sólidas, como excrementos da fauna, restos de comida, pequenos pedaços de plantas, etc. Estas substâncias têm que ser removidas antes mesmo de iniciar o processo de decomposição e desta forma evitar a poluição da água. Por isso a filtragem mecânica deve ser separada da filtragem biológica por camadas, garantindo uma boa manutenção na filtragem mecânica sem afetar a biológica. Deixar de limpar a mídias que servem para a filtragem mecânica durante muito tempo, faz disso apenas um de acumulo de lixo que pode comprometer a vazão do filtro e a qualidade da água. Se puder a cada semana ou a cada 15 dias troque as mídias mecânicas e coloque novas, pois isso não afeta a filtragem biológica.

Filtragem Química:
Consiste na utilização de mídias filtrantes que removem através da polaridade das moléculas, resíduos químicos que por ventura são inseridos no aquário. As mídias mais usadas nos filtros são: argila, carvão ativado, purigen e zeolite.

Filtragem biológica:
A amônia é gerada por meio das fezes da fauna, restos de alimentos e também folhas mortas dentro do aquário. É altamente tóxica dependendo do volume de fauna ou de concentrações, pela falta de manutenção. Dentro do filtro, existe um espaço reservado para a colonização das bactérias. É o local onde se depositam as mídias que na maioria das vezes são porosas e em vários formatos e tipos como: bolinhas, cerâmicas ou até mesmo cacos de telha. Tudo isso depende da marca e do modelo, mas a finalidade é a mesma, gerar uma colônia de bactérias. Nas mídias porosas citadas acima, os micro-organismos colonizam os pequenos poros em grande quantidade e tem como objetivo converter amônia que é gerada pela matéria orgânica depositada no aquário em nitrito, que por sua vez será convertido em nitrato e em seguida em composto inorgânico, tornado a água pura. Manter este sistema é tão importante porque dentro do filtro não só vivem as bactérias benéficas ao aquário, mas também um grande número de protozoários, que se em qualquer circunstância as bactérias não estivem totalmente estabilizadas, estes protozoários podem se aproveitar da fauna que já esteja debilitada atacando-a e em alguns casos levando indivíduos até a morte. Por isso a filtragem Biológica é a parte mais importante do aquário que tem o papel de criar um ecossistema fechado, onde peixes, plantas aquáticas e micro-organismos convivem bem dentro de um ambiente estabilizado respeitando a maneira análoga à natureza.

A Iluminação:
Além dos efeitos visuais lindos que causam ao aquário, a iluminação é parte indispensável para o bom funcionamento do mesmo. As lâmpadas não são colocadas no aquário apenas como objeto de decoração ou um mero aparato para se obter uma melhor visualização dos peixes. A iluminação de um aquário tem uma função muito mais importante, e existem alguns critérios para se escolher o tipo de lâmpada adequada para seu aquário.

A iluminação do aquário é responsável pela fotossíntese das algas e plantas. Esse fenômeno desencadeará todo o processo de oxigenação da água. A iluminação além de fazer a fotossíntese das plantas, desempenha uma outra função, a de fixar no organismo do peixe a proto vitamina e o cálcio de que ele necessita para viver sadio, evitando o raquitismo provocado pela falta de uma fonte de luz natural.

As lâmpadas a serem fixadas acima do aquário devem estar aproximadamente 10cm do nível da água, evitando assim o aquecimento do aquário e outros problemas. As luzes do aquário devem ficar acesas num período entre 8 a 12 horas por dia. Ao anoitecer, deve-se apagar as luzes do aquário, pois ao contrário do que muitos pensam, os peixes também dormem.

O Termostato:
Todo ser vivo, possui um metabolismo ajustado à uma determinada temperatura. O ser humano, por exemplo, possui uma temperatura considerada normal de 36,5°C. Cada espécie de peixe também possui uma determinada temperatura para que seu metabolismo funcione melhor. Como muitos peixes criados em aquários são de águas tropicais, apresentam uma temperatura ideal na faixa de 25°C, o que pode ser difícil de se manter em algumas regiões sem o uso de aquecedores.

Caso a temperatura esteja muito acima ou muito abaixo da ideal para a espécie, isso compromete o metabolismo e pode debilita-lo, levando à morte do animal.

Variações de temperatura também podem ser muito prejudiciais ao peixe, por isso é importante usar um aquecedor com termostato durante todo o ano para manter o aquário com a temperatura sempre estável.

O Substrato:
Existem diversos tipos de areias para se colocar nos aquários. Importante saber qual tipo colocar, pois algumas podem alterar o pH da água do aquário. Existem várias granulometrias que são medidas por uma numeração (ex: 00, 01, 02, etc...). Vamos falar sobre algumas:

Areia de Rio (Construção):
Da um aspecto bem natural ao aquário, são inertes, ou seja, não altera o pH.

Cascalho de Basalto:
Também usado bastante em aquários. Pela sua cor escura, contrasta bastante com peixes coloridos dando um destaque a eles. Também não altera o pH.

Areia de Filtro de Piscina:
Areia branca que dá um aspecto bem "limpo" nos aquários. Mas pelo fato de ser branca, requer uma limpeza mais detalhada para retirar a sujeira. Também não altera o pH.

Não coloque aquelas areias toda colorida. Além de não ficar com um ar natural, soltam tinta e o os peixes podem ficar menos confortáveis.

A Decoração:
O ideal é colocar apenas decorações naturais como pedras e troncos. Comprar aquelas decorações artificiais de mergulhadores, tesouros ou navios afundados é bastante desaconselhado. O ideal é tornar o ambiente o mais natural possível, para que os animais se sintam bem. Antes de inserir uma pedra no aquário, a mesma deve passar por um teste para saber se ela é neutra e não irá alterar o pH da água. Os troncos e galhos para serem usados dentro do aquário devem ser secos e não estar verdes. Tanto as pedras como os troncos devem passar por um prévio tratamento antes de serem inseridos no aquário. Não se esqueçam que os peixes querem é espaço para nadar, então não encham o aquário de tralha.

A Ciclagem:
Muitos iniciantes perguntam o que é e para que serve a ciclagem do aquário. Com o aquário já devidamente montado, vamos dar inicio ao processo de ciclagem do mesmo. Então vamos explicar e ensinar o modo correto para realizar a ciclagem.

A ciclagem consiste em dar um tempo para o desenvolvimento de bactérias nitrificantes que irão habitar as mídias biológicas do aquário. O aquário necessita da formação de uma ótima colônia de bactérias para que possa haver vida saudável para nossos peixes. Portanto é fundamental, nas primeiras semanas, fazer com que a colônia de bactérias se multiplique até atingir uma quantidade que seja capaz de processar os dejetos dos peixes, as plantas em decomposição e os restos de alimentos que virão a seguir.

Iniciando a ciclagem:

Material Necessário:
Amoníaco, teste de amônia e teste de nitrito.

Encha o aquário com água sem cloro atentando para o volume de água inserida.

Tenha em mãos Amoníaco (é importante termos cuidado ao manusear esse material cuidando para não inalar), conta-gotas, testes de nitrito e amônia além do filtro instalado (com seus materiais filtrantes) pronto para funcionar. Deve se adicionar Amoníaco em uma quantidade suficiente para que a concentração atinja um pico entre 3.50 a 6.50 PPM (para checar esses valores, utilize o teste de amônia). Não existe uma regra da quantidade que deva ser adicionada na água para que atinja esses valores. É necessário adicionar algumas gotas e acompanhar com o teste até que se alcance esses valores. Se houverem plantas no aquário estes níveis devem ser menores pois podem matar as plantas.

Mantenha uma temperatura em torno de 30 graus e não faça trocas de água durante esse período.

Monitore diariamente o nível da amônia até o momento em que a concentração de amônia comece a cair. Adicione novamente a metade da dose inicial e continue monitorando os parâmetros.

Manter concentrações de amônia nessa fase é indispensável! Porém, a concentração pode se mantida também em torno de 2 a 3 PPM, sendo importante a adição regular de metade da dose inicial (faça o teste antes de adicionar o amoníaco).

A concentração de nitrito vai apresentar então um pico até o momento que haja colônias suficientes para transformar todo o nitrito produzido em nitrato.

Todo o processo estará concluído quando a concentração de nitrito for igual a zero.

Nesse momento, faça uma troca parcial de 50% do volume de água para reduzir o nitrato. Adicione a dose inicial de amônia e se em 24 horas os níveis de nitrito e amônia estiverem zerados, o aquário estará ciclado e pronto para receber os peixes.

A ciclagem de um aquário dura em média de 30 a 40 dias podendo ter esse tempo diminuído inserindo aceleradores biológicos. Evite colocar peixes no aquário durante o processo de ciclagem. Os parâmetros da água nesse período oscila muito e fazem mal aos peixes podendo até mesmo leva-los a morte.

A Escolha dos Peixes:
Algumas pessoas escolhem os peixes após escolher o Layout, outras escolhem o Layout que melhor se adeque aos futuros moradores. De qualquer forma, é um passo de grande importância, e devemos ter alguns cuidados. O Layout deve sempre ser compatível com os peixes que irão habitar o aquário. Por exemplo, se você for querer ter peixes de hábitos noturnos, é importante que o Layout tenha algumas tocas. É muito importante primeiramente se observar o tamanho do aquário, ou seja, sua litragem. Nunca coloque peixes em litragens menores do que seria o ideal para ele. A litragem é calculada de acordo com o mínimo necessário para o bem estar do peixe. Logo após, deve-se avaliar os parâmetros da água.

Verifique quais os parâmetros que você consegue manter em seu aquário e se o trabalho para mudá-los valerá a pena. Por exemplo, se você mora em uma região muito quente, e não consegue estabilizar seu aquário em uma temperatura baixa, e não quer gastar com equipamentos para isso, descarte a ideia de peixes de águas frias. Verifique também comportamento dos peixes. Digo isso porque algumas pessoas não gostam das brigas territoriais dos peixes, ou corridas de cardumes, e acabam se estressando, e o aquarismo assim como todo Hobby é para ser prazeroso e relaxante. E não para estressar sua vida. Escolha peixes que vão te dar prazer, paz e diversão ao observá-los. Também verifique se o peixe que você gostaria de ter é de cardume. Se for, o seu aquário deve ter litragem suficiente para pelo menos 6 exemplares, mas todo peixe de cardume se sente mais confortável com números maiores de companheiros, o ideal é manter cardumes sempre maiores que o recomendado.

Caso queira fazer um aquário comunitário, ou seja, com mais de uma espécie, você deve também 
estudar sobre o comportamento delas, de forma a não colocar peixes incompatíveis entre si. Por exemplo, não coloque bettas macho com peixes pequenos, coloridos e de cauda longa, como os lebistes, pois o betta pode confundi-los com outro macho e matá-los. Devemos também lembrar o resultado estético final que queremos do aquário, se queremos que algum peixe tenha mais destaque que os demais e a combinação de cores entre as espécies. Já que podemos optar apenas por um peixe com uma cor de destaque, ou um aquário bem colorido.

Tenha espécies de peixes que você goste. Claro que respeitando sempre seus hábitos e litragem do aquário. Sendo um Hobby, temos que ter os peixes que mais nos agrada. Quando for a uma loja escolher seus peixes, preste bastante atenção, observe se há algum peixe no mesmo aquário que esteja doente, morto, ofegante ou com comportamento anormal. Caso haja, não compre esses peixes.

Não tenha medo de parecer chato fazendo questão de escolher o peixe, afinal, o dinheiro e a preocupação de inseri-los no aquário são seus, e não do lojista. Não se esqueça de sempre fazer a quarentena de seus peixes e plantas antes de inseri-los no aquário.

A Manutenção do Aquário:
Fazer a manutenção do aquário é muito importante para manter a qualidade da água para que a mesma não se deteriore e cause algum mal a fauna.

Com a manutenção você manterá os níveis corretos de pH da água, assim como dureza e temperatura da mesma.

É bom sempre manter um controle da água, pois, seu aquário é um ambiente fechado, diferentemente do habitat natural dos peixes e com o tempo a água irá se tornar poluída fazendo mal aos peixes, pois os detritos dos peixes irão se acumular no fundo do substrato, assim como restos de comida também. A água irá ficando saturada e se tornará ácida, e se você possuir peixes de pH neutro/alcalino, isso irá fazer um grande mal a eles.

Também, toda esta sujeira acaba se tornando amônia que em um nível muito alto é fatal para os peixes. Então deixe a preguiça de lado e mãos a obra...

De início você deve utilizar testes que existem no mercado para verificar os níveis de pH e amônia da água. No caso da amônia, sempre que o teste acusar presença dela na água, deve-se fazer a troca parcial de água para que seja eliminada o quanto antes do aquário.

Atenção, não desmonte o aquário todo para tal tarefa!!! Você irá trocar apenas 30% da água do aquário.

Você irá precisar de um sifão vendido em lojas do ramo e um balde para retirar a água como já dito, aproveitar para trocar no máximo 30% do volume total de água do seu aquário.

Como Proceder:
Faça um teste de amônia e outro de pH, utilizando os produtos encontrados em lojas do ramo. Lembre-se que a sifonagem é recomendada para que os níveis de amônia não se tornem moderados ou críticos para os peixes conforme tabela do teste. Durante este processo, desligue a luz do aquário, pois isto reduzirá o nível de stress dos peixes.

A sifonagem é nada além do que retirar a sujeira do fundo aspirando, até 30% da água do aquário e fazer uma troca parcial para restaurar os níveis benéficos livre de amônia da água. Com o sifão você cria uma sucção e poderá retirar do fundo do aquário a sujeira acumulada. Caso não seja necessário o uso do sifão, use uma pequena mangueira para sugar a água do aquário.

Faça a limpeza dos vidros com um limpador magnético ou o limpador que possui uma esponja na ponta de um cabo para você introduzir no aquário passando nos vidros e retirando o acúmulo de musgo ou algas que possam ter se formado.

Verifique também os componentes de bombas submersas (se houver) e a bomba do filtro externo, assim como seu refil ou elementos filtrantes, dê bastante atenção a manutenção do filtro, pois é dele que sua água irá depender para ficar cristalina e limpa.

O filtro deve ser limpo apenas com a água retirada do aquário e as cerâmicas do filtro devem ficar submersas em um recipiente também com água do aquário durante a limpeza do filtro. Tenha materiais para uso exclusivo para auxiliar a limpeza do aquário (ex: baldes, esponja sem fungicida, mangueiras, etc...).

Lembre também, de após cada troca parcial, sifonagem ou na hora de apenas completar a água, usar um bom condicionador de água para retirar o cloro e metais pesados da mesma.

A Alimentação da Fauna:
Como em quase tudo no aquarismo, não existe uma regra definitiva sobre a melhor maneira de alimentar os peixes, porque depende de muitos fatores. Mas existem várias informações que podem ser usadas, baseadas na experiência coletiva de aquaristas. A mais comum que costuma-se usar, é alimentar 2 ou 3 vezes ao dia (manhã, tarde e moite), a quantidade que seus peixes consigam comer em menos de 3 minutos. Claro que existe uma boa tolerância aqui, mas se depois de 5 minutos ainda tiver comida no aquário e os peixes não comerem você deve diminuir a quantidade que está oferecendo. Isto funciona bem para aquários de principiantes, comunitários e outros tipos que tenham uma razoável mistura de espécies. Aquários de espécie única, de reprodução e de hospital exigem mais cuidado, baseada nas necessidades específicas dos seus habitantes. Procure saber os hábitos alimentares de seus peixes para que se possa dar o alimento correto para eles. Existem diversas espécies com hábitos alimentares diferentes. Por exemplo: existem peixes herbívoros, carnívoros, onívoros, os que só se alimentam de alimento vivo, etc...

Existem algumas coisas importantes a considerar sobre os hábitos alimentares dos peixes. Na natureza, a maioria deles em geral tem bastante dificuldade em encontrar comida, e quando encontram alimento, comem tudo que puderem enfiar na barriga, já que eles nunca sabem quando virá a próxima refeição. Em um aquário, nós podemos controlar a freqüência de quantas vezes eles se alimentarão. Portanto cabe a nós fazer o controle correto da quantidade. Alimentá-los até que pareçam satisfeitos não é uma boa ideia. Os peixes são adaptados para passar a maior parte do dia com fome e procurando por pequenos pedaços de comida. Um erro muito comum de iniciantes é exceder na alimentação porque os seus peixes parecem estar desesperadamente suplicando por comida toda vez que o dono se aproxima, e ele resolve satisfazer a vontade deles a toda hora. Um peixe faminto é um peixe saudável. Se eles não vem até você quando você se aproxima, aí é que você deve começar a se preocupar. Finalmente, tenha em mente que é muito mais fácil enfraquecer ou até matar um peixe alimentando ele em excesso do que fazê-los morrer de fome. Os peixes podem tranquilamente ficar alguns dias sem comer, mas não recomendo. Alguns aquaristas defendem que submeter os seus peixes a jejum um dia por semana é até saudável para eles, porque lhes dá uma espécie de limpada por dentro.

*Fonte: Aqua Flux