Retornando com as postagens, hoje pretendo continuar com a postagem que ensina passo a passo sobre como iniciar um aquário legitimamente plantado, enfim...
Há alguns anos que observamos que os aquários plantados estão atraindo a atenção dos aquaristas e
ocupando um grande espaço neste maravilhoso Hobby.
Prova disto é a grande atenção que as empresas do ramo
estão dando para equipamentos e produtos destinados a
este tipo de montagem. Estão investindo pesado e colocando
no mercado inúmeros itens, dentre eles, cilindros
e difusores de CO₂, lâmpadas especiais e até mesmo
substratos que oferecem quase todos os nutrientes que
uma planta necessita. E quem não admira uma bela paisagem
composta por plantas naturais? Até mesmo quem
não as tem como objetivo inicial, sempre acaba querendo
colocar uma ou outra plantinha para dar um toque
final na decoração.
Só que existem muito mais coisas por baixo
de um carpete de glossostigmas ou atrás de uma cortina
de rotalas. São os benefícios que elas podem trazer para
um aquário, quando em condições de desempenhar suas
funções essenciais. As plantas fazem parte, junto com
a filtragem biológica, do ciclo de purificação da água.
Elas retiram da água os nitratos gerados pelas secreções
da fauna, competem
com as algas pelos nutrientes
e ainda absorvem
dióxido de carbono para
liberar oxigênio durante
o processo de fotossíntese.
Servem, ainda, como
demarcação de território,
esconderijo e abrigo para
os alevinos que as utilizam
como proteção, além de
diminuir o estresse provocado
aos peixes pelas nossas
intervenções durante a manutenção e alimentação.
E o que precisamos oferecer às nossas amigas
para que possam crescer satisfatoriamente e mostrar toda
a exuberância que só a natureza pode oferecer? Nutrientes!
Sim, evidentemente elas se necessitam de nutrientes. As plantas
retiram da água, através das raízes ou folhas, micro e
macro nutrientes. Eles possibilitam a síntese de aminoácidos,
proteínas, enzimas, coenzimas, clorofila, etc.
Quando elas sentem carência de algum destes nutrientes
minerais, como azoto, ferro, cobre, começam a dar
sinais de que não estão bem, amarelando ou perdendo
suas folhas. Podemos disponibilizar para as plantas vários tipos de substratos, que, além de local para fixação,
servem também para fertilização. Com certeza ficamos
em dúvida diante de tantas opções que temos disponíveis. Isto, sem falar no eficiente e barato trio, húmus de
minhoca/terra vegetal, laterita e areia de construção. Vale lembrar
que podemos complementar com os vários fertilizantes
líquidos encontrados nas lojas.
As plantas necessitam, ainda, de luz adequada
para que, durante a
fotossíntese, possam transformar
o CO₂ em glicose e, assim, possibilitar
seu crescimento. Se não
podemos oferecer a luz
solar para isto, existe no
mercado uma infinidade
de lâmpadas especiais que
emitem ondas com comprimento
necessário para
essa finalidade. Até mesmo
lâmpadas tubulares ou
compactas fluorescentes,
que possuem um preço
muito acessível, podem desempenhar essa tarefa. Basta que possuam, no mínimo,
6400K e em quantidade de Watts compatível com a
necessidade de cada planta. E se o CO₂ não está presente
na água em quantidade suficiente, temos também a tecnologia
para solucionar esse problema. O kit de CO₂ que
encontramos à venda pode ser composto por cilindro,
válvulas, sistema de controle digital, reatores e indicadores.
Desta forma podemos assegurar um fornecimento
regular e constante. Porém, se a tecnologia estiver um
pouco fora de alcance, podemos apelar para a criatividade
e montar um sistema de CO₂ FVM (faça você mesmo), composto por
garrafas com fermento biológico, açúcar cristal, bicarbonato de sódio e difusores ou pedra
porosa.
Mas, que plantas teremos em nosso aquário? Existem tantas que essa dúvida acaba persistindo
mais do que deveria. Basta dar uma boa pesquisada nas
exigências que cada uma apresenta, bem como a localização
ideal no aquário, e escolher o conjunto que mais
agradar.
Se depois de tantas informações parecer que
nada mais pode ser acrescentado, ainda resta o componente
principal para o sucesso neste projeto: a dedicação.
Como um plantado não é criado pela natureza e sim pelo
homem, se estiver abandonado, desestabiliza. E aí os
desastres acontecem um após o outro. Chegam a desanimar.
Porém, com um pouco de atenção e intervenções
regulares, o sucesso fica muito próximo e poderemos
desfrutar daqueles momentos incomparáveis de observação
diante do fruto de nossas mãos.
Projetando um Plantado:
Parte 1 - Layout:
O Layout é a materialização da proposta que temos para todos os elementos que irão compor o aquário plantado, a disposição física. Para tanto, é necessário o esboço visual de um projeto que temos em mente. Isto serve para mostrar como deve ou pode ser a distribuição de diversos itens que irão compor o produto final do projeto. Como nosso objetivo é descobrir a melhor maneira que poderemos alocar estes elementos, buscando harmonia, podemos efetuar alterações a qualquer momento, evitando maiores intervenções no projeto final. É após a definição do layout que decidiremos qual o tamanho do display que irá conter a montagem. No aquapaisagismo ele pode ser esboçado através de computação gráfica, riscos em um papel ou apenas na imaginação. Muitos acreditam que para isso é necessário apenas a inspiração e o dom natural. É claro que isto pode diferenciar e destacar alguns poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo conhecimento através de leituras e observações, apoiada na dedicação, pode transformar qualquer aquarista num aquapaisagista de bom nível. Há o costume de se elogiar e admirar belas montagens e pensar que isto seria impossível para nós. Este conformismo impede a evolução. Devemos elogiar, admirar, mas, acima de tudo, analisar. Por que aquela montagem é tão bela? Quais elementos se destacam? Qual o posicionamento das plantas? Que parte chama mais a atenção? Estas respostas nos servirão como guia para futuras montagens. É possível analisar um plantado de 2 metros e usá-lo como base para um cubo de 30cm. Isto pode parecer estranho, mas basta escolher uma determinada área do "gigante" e, a partir dela, executar o projeto no cubo. É só utilizar aquela parte que mais nos agradou. Dispomos de uma infinidade de exemplos de montagens em fotos espalhadas pela Internet, todas à espera de olhos curiosos que possam desvendar seus segredos e técnicas utilizadas.
Devemos ter em mente que em concursos não só o Layout é analisado pelos juízes. Outros itens são considerados, como a saúde das plantas, entre outros. Por este motivo podemos encontrar um trabalho que agrade mais aos nossos olhos, em colocação inferior a outros. Outro caminho para chegar ao tão pretendido Layout é a observação da natureza. Existem incontáveis lugares naturais que podem ser utilizados como base ou ponto de partida para nossos projetos. Basta observar bem. Se não puder ser ao vivo, podemos, novamente, nos servir das fotos disponíveis na net. Não é da noite para o dia que faremos isso. É preciso estudar o exemplo até conseguir imaginar os elementos que serão necessários para esta reprodução. Por este motivo, é interessante conhecer vários tipos de plantas para facilitar a visualização do Layout. Como é através dos nossos olhos que captamos as informações para decidir qual imagem nos agrada, faz-se necessário conhecer uma técnica que consiste em dispor elementos em pontos estratégicos que são identificados por nosso cérebro como harmoniosos. É a "Proporção Áurea" ou "Ponto de Ouro". Esta proporção foi descoberta a partir de uma seqüência de números criada por Fibonacci (Leonardo Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na natureza, nos animais e até mesmo em nossas mãos, orelhas e demais partes do corpo. É utilizada na construção de instrumentos e na pintura, por exemplo. Para aplicar em aquários, devemos vê-lo como o retângulo que é, dividindo-o em duas partes. Basta dividir seu comprimento por 1,618 e traçar um risco neste local.
Está identificado o primeiro ponto de ouro. Nesta divisão podemos deixar a parte maior do lado esquerdo ou do direito, dependendo do nosso projeto. A partir deste ponto ainda podemos continuar com a proporção e determinar diversos locais que deveremos utilizar na elaboração do Layout. Podemos criar belas montagens mesmo utilizando esquemas de Layouts mais comuns. Estes são parâmetros que seguimos no momento de distribuir os elementos pelo aquário. Temos o Layout triangular, onde dispomos as plantas, pedras e troncos no aquário, seguindo o desnível formado por essa figura geométrica.
Layout "triangular".
Existe a montagem seguindo o formato da letra "U", que consiste em plantar os dois lados do aquário, deixando um espaço vago, preferencialmente no ponto de ouro.
Layout "U".
Também podemos elaborar nossos projetos com base no Layout em forma de "ilha". Neste, o Hardscape e as plantas ficam centralizados, deixando um espaço livre ao seu redor, que poderá ser ocupado por plantas que formem carpetes.
Layout "ilha".
Nossas montagens serão compostas por diversos elementos, alguns imprescindíveis, outros opcionais. Temos o Hardscape, Softscape e o Lifescape.
Hardscape:
Raízes, ramos e troncos de árvores, pedras e outros elementos que a criatividade possa buscar. As pedras deverão ser neutras para que não interfiram nos parâmetros e qualidade da água. Buscam-se aquelas que apresentam faces irregulares e cores que melhor integrem o layout pretendido. O tamanho delas deverá ser proporcional ao tamanho do aquário e a disposição se dará de forma que se crie uma harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada deve ser tratada para evitar "tingir" a água do aquário ou acidificá-la em demasia. Opta-se por troncos de aroeira, goiabeira, jabuticabeira e outras que sejam bem duras, secas e escuras. Outras opções podem ser utilizadas, desde que não se dispense o tratamento necessário.
Softscape:
Seriam as plantas que podem viver em forma submersa, palustres ou verdadeiramente aquáticas. Existem muitas fichas dessas plantas que nos fornecerão todos os dados que precisamos ter para utilizá-las. Isto é importantíssimo para a correta disposição das mesmas no layout, visto que não devemos colocar uma planta de fundo na frente do aquário. A sequência normal a ser seguida é a frente do Display ser composta por plantas baixas que formam carpetes e que serão escolhidas considerando o tamanho da montagem. Depois, as plantas de meio e, por fim, as mais altas.
*Em aquários baixos podemos optar por utilizar plantas de meio na parte traseira sem perder a harmonia, mas corre-se o risco de um juiz de concurso de aquapaisagismo não ter a mesma sensibilidade e criticar a utilização da planta fora da área adequada.
Lifescape:
Este designa os habitantes do aquário plantado. Em sua maioria, os peixes. Ao contrário do que costumamos fazer no aquarismo, onde montamos o aquário para uma determinada espécie de peixes que desejamos manter, no aquapaisagismo deixamos a escolha dos habitantes para o final. Estes não deverão ser em quantidade e tamanho que possam poluir visualmente a montagem. Trata-se de um item que também é analisado pelos juízes de concursos, onde verificam se estão compondo o Layout harmoniosamente, em tamanho, cores e características da espécie. Peixes de cardumes são mais interessantes por viverem em grupo e conferir um ar de naturalidade, sendo preferíveis aqueles que nadam em School, ou seja, que nadam agrupados. Até mesmo o ponto em que estão localizados no momento da foto influencia no resultado de todo o conjunto. Com base nestas informações podemos iniciar nosso processo criativo e liberar a criatividade. Ainda que o primeiro projeto não satisfaça completamente nosso objetivo, devemos continuar seguindo este caminho, pois será através das tentativas e erros que chegaremos aos acertos, que serão recompensadores.
*Fonte: aqualon
Parte 1 - Layout:
O Layout é a materialização da proposta que temos para todos os elementos que irão compor o aquário plantado, a disposição física. Para tanto, é necessário o esboço visual de um projeto que temos em mente. Isto serve para mostrar como deve ou pode ser a distribuição de diversos itens que irão compor o produto final do projeto. Como nosso objetivo é descobrir a melhor maneira que poderemos alocar estes elementos, buscando harmonia, podemos efetuar alterações a qualquer momento, evitando maiores intervenções no projeto final. É após a definição do layout que decidiremos qual o tamanho do display que irá conter a montagem. No aquapaisagismo ele pode ser esboçado através de computação gráfica, riscos em um papel ou apenas na imaginação. Muitos acreditam que para isso é necessário apenas a inspiração e o dom natural. É claro que isto pode diferenciar e destacar alguns poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo conhecimento através de leituras e observações, apoiada na dedicação, pode transformar qualquer aquarista num aquapaisagista de bom nível. Há o costume de se elogiar e admirar belas montagens e pensar que isto seria impossível para nós. Este conformismo impede a evolução. Devemos elogiar, admirar, mas, acima de tudo, analisar. Por que aquela montagem é tão bela? Quais elementos se destacam? Qual o posicionamento das plantas? Que parte chama mais a atenção? Estas respostas nos servirão como guia para futuras montagens. É possível analisar um plantado de 2 metros e usá-lo como base para um cubo de 30cm. Isto pode parecer estranho, mas basta escolher uma determinada área do "gigante" e, a partir dela, executar o projeto no cubo. É só utilizar aquela parte que mais nos agradou. Dispomos de uma infinidade de exemplos de montagens em fotos espalhadas pela Internet, todas à espera de olhos curiosos que possam desvendar seus segredos e técnicas utilizadas.
Devemos ter em mente que em concursos não só o Layout é analisado pelos juízes. Outros itens são considerados, como a saúde das plantas, entre outros. Por este motivo podemos encontrar um trabalho que agrade mais aos nossos olhos, em colocação inferior a outros. Outro caminho para chegar ao tão pretendido Layout é a observação da natureza. Existem incontáveis lugares naturais que podem ser utilizados como base ou ponto de partida para nossos projetos. Basta observar bem. Se não puder ser ao vivo, podemos, novamente, nos servir das fotos disponíveis na net. Não é da noite para o dia que faremos isso. É preciso estudar o exemplo até conseguir imaginar os elementos que serão necessários para esta reprodução. Por este motivo, é interessante conhecer vários tipos de plantas para facilitar a visualização do Layout. Como é através dos nossos olhos que captamos as informações para decidir qual imagem nos agrada, faz-se necessário conhecer uma técnica que consiste em dispor elementos em pontos estratégicos que são identificados por nosso cérebro como harmoniosos. É a "Proporção Áurea" ou "Ponto de Ouro". Esta proporção foi descoberta a partir de uma seqüência de números criada por Fibonacci (Leonardo Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na natureza, nos animais e até mesmo em nossas mãos, orelhas e demais partes do corpo. É utilizada na construção de instrumentos e na pintura, por exemplo. Para aplicar em aquários, devemos vê-lo como o retângulo que é, dividindo-o em duas partes. Basta dividir seu comprimento por 1,618 e traçar um risco neste local.
Está identificado o primeiro ponto de ouro. Nesta divisão podemos deixar a parte maior do lado esquerdo ou do direito, dependendo do nosso projeto. A partir deste ponto ainda podemos continuar com a proporção e determinar diversos locais que deveremos utilizar na elaboração do Layout. Podemos criar belas montagens mesmo utilizando esquemas de Layouts mais comuns. Estes são parâmetros que seguimos no momento de distribuir os elementos pelo aquário. Temos o Layout triangular, onde dispomos as plantas, pedras e troncos no aquário, seguindo o desnível formado por essa figura geométrica.
Existe a montagem seguindo o formato da letra "U", que consiste em plantar os dois lados do aquário, deixando um espaço vago, preferencialmente no ponto de ouro.
Também podemos elaborar nossos projetos com base no Layout em forma de "ilha". Neste, o Hardscape e as plantas ficam centralizados, deixando um espaço livre ao seu redor, que poderá ser ocupado por plantas que formem carpetes.
Nossas montagens serão compostas por diversos elementos, alguns imprescindíveis, outros opcionais. Temos o Hardscape, Softscape e o Lifescape.
Hardscape:
Raízes, ramos e troncos de árvores, pedras e outros elementos que a criatividade possa buscar. As pedras deverão ser neutras para que não interfiram nos parâmetros e qualidade da água. Buscam-se aquelas que apresentam faces irregulares e cores que melhor integrem o layout pretendido. O tamanho delas deverá ser proporcional ao tamanho do aquário e a disposição se dará de forma que se crie uma harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada deve ser tratada para evitar "tingir" a água do aquário ou acidificá-la em demasia. Opta-se por troncos de aroeira, goiabeira, jabuticabeira e outras que sejam bem duras, secas e escuras. Outras opções podem ser utilizadas, desde que não se dispense o tratamento necessário.
Softscape:
Seriam as plantas que podem viver em forma submersa, palustres ou verdadeiramente aquáticas. Existem muitas fichas dessas plantas que nos fornecerão todos os dados que precisamos ter para utilizá-las. Isto é importantíssimo para a correta disposição das mesmas no layout, visto que não devemos colocar uma planta de fundo na frente do aquário. A sequência normal a ser seguida é a frente do Display ser composta por plantas baixas que formam carpetes e que serão escolhidas considerando o tamanho da montagem. Depois, as plantas de meio e, por fim, as mais altas.
*Em aquários baixos podemos optar por utilizar plantas de meio na parte traseira sem perder a harmonia, mas corre-se o risco de um juiz de concurso de aquapaisagismo não ter a mesma sensibilidade e criticar a utilização da planta fora da área adequada.
Lifescape:
Este designa os habitantes do aquário plantado. Em sua maioria, os peixes. Ao contrário do que costumamos fazer no aquarismo, onde montamos o aquário para uma determinada espécie de peixes que desejamos manter, no aquapaisagismo deixamos a escolha dos habitantes para o final. Estes não deverão ser em quantidade e tamanho que possam poluir visualmente a montagem. Trata-se de um item que também é analisado pelos juízes de concursos, onde verificam se estão compondo o Layout harmoniosamente, em tamanho, cores e características da espécie. Peixes de cardumes são mais interessantes por viverem em grupo e conferir um ar de naturalidade, sendo preferíveis aqueles que nadam em School, ou seja, que nadam agrupados. Até mesmo o ponto em que estão localizados no momento da foto influencia no resultado de todo o conjunto. Com base nestas informações podemos iniciar nosso processo criativo e liberar a criatividade. Ainda que o primeiro projeto não satisfaça completamente nosso objetivo, devemos continuar seguindo este caminho, pois será através das tentativas e erros que chegaremos aos acertos, que serão recompensadores.
*Fonte: aqualon
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